Entenda como a queda no preço dos alimentos contribuiu para deflação


Essa foi a primeira redução desde junho de 2023. O preço da batata inglesa caiu 7% em julho e 19% em agosto. Tomate e cebola também tiveram reduções significativas em agosto. Por outro lado, o mamão e a banana-prata subiram. Preço da batata, do tomate e da cebola cai e contribui para deflação dos alimentos
A queda nos preços da batata, do tomate e da cebola contribuiu para que os alimentos tivessem uma deflação.
Quem enfrenta a fila em Marechal Hermes, na zona oeste do Rio, sabe que essa batata frita vale a espera.
“Duas horas praticamente de viagem para poder chegar aqui e conseguir comprar a batata”, afirma o barbeiro, Luan Oliveira.
O Ademar de Barros, que fez fama com a batata, agora também faz economia. É que o seu principal ingrediente ficou mais barato.
“Três ou quatro meses atrás estava R$ 500 o saco, agora está na faixa de R$ 300”, diz.
Clientes fazem fila em Marechal Hermes, na zona oeste do Rio, para comer a batata frita do Ademar
Reprodução/TV Globo
Entre todos os produtos e serviços da economia, o grupo de alimentos e bebidas é o segundo que mais pesa na inflação. A queda dos preços da feira pode fazer uma boa diferença para o consumidor. A Leila vende saquinhos de batata inglesa de 250 gramas por R$ 1, mas já foi bem mais caro, segundo ela.
“Já foi R$ 3, dois por R$ 5, agora já está R$1 novamente”, conta Leila.
O preço da batata inglesa caiu 7% em julho e 19% em agosto. Tomate e cebola também tiveram reduções significativas em agosto. Por outro lado, o mamão e a banana-prata subiram.
Entenda como a queda no preço dos alimentos contribuiu para deflação
Reprodução/TV Globo
O economista André Braz, da FGV, explica que o aumento da produtividade nas lavouras permitiu que os alimentos ficassem, em média, mais baratos.
“O que aconteceu agora entre julho e agosto foi um pequeno alívio, uma descompressão e muito concentrada em alimentos de feira livre, hortaliças, legumes e frutas. Não foi uma cesta generalizada como arroz, feijão, carne e ovos que ficou mais barata repentinamente entre julho e agosto”, explica André.
André Braz diz que nos últimos quatro anos, produtos da cesta básica tiveram alta acima da inflação. Por isso, qualquer redução é bem-vinda. E essa foi decisiva para que houvesse deflação no país pela primeira vez desde junho de 2023.
Entenda como a queda no preço dos alimentos contribuiu para deflação
Reprodução/TV Globo
Em Marechal Hermes, tem três anos que o Ademar não reajusta o preço da batata frita.
“Eu vendo em quantidade e ganho em quantidade”, conta Ademar.
Em Marechal Hermes, tem três anos que o Ademar não reajusta o preço da batata frita
Reprodução/TV Globo
Nesta quarta-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que a pior seca da história recente do país pode pressionar a inflação.
“A inflação preocupa um pouquinho, sobretudo em virtude do clima. Estamos acompanhando a evolução dessa questão climática, efeito do clima sobre preço de alimentos e, eventualmente, preço da energia, faz a gente se preocupar com isso”.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que a pior seca da história recente do país pode pressionar a inflação
Reprodução/TV Globo
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