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César Soares, da Climatempo, explica que estávamos com um abafamento muito intenso, desde o início da semana, e que na primavera, começamos a ter uma atmosfera com muito mais energia. Desta vez, a energia foi ainda maior após o longo período de seca que vivemos em agosto e setembro. Imagem de satélite mostra a linha de instabilidade que se formou na noite de sexta-feira
Reprodução/TV Globo
O temporal com ventos de até 107,6km/h de sexta-feira (11) foi causado por linhas de instabilidade muito fortes, que se formam toda vez que há choques de massas de ar distintas (quente x frio), explica o meteorologista César Soares, da Climatempo.
“Esses choques foram proporcionados por uma frente fria que estava passando pela região costeira de São Paulo e isso causou uma variação de pressão muito intensa”, diz.
Soares explica que estávamos com um abafamento muito intenso, desde o início da semana, e que na primavera começamos a ter uma atmosfera com muito mais energia.
Desta vez, a energia foi ainda maior após o longo período de seca que vivemos em agosto e setembro.
“Pelo fato de termos passado por períodos de secura muito acentuada ao longo dos últimos meses, esse retorno das chuvas acaba sendo um pouco mais forte, intenso, e com instabilidades muito intensas também”, explica o meteorologista.
Mudanças climáticas
São Paulo deixou de ser a terra da garoa para se tornar a cidade da tempestade nos últimos anos.
“Isso tudo está associado à temperatura média da região de São Paulo, por ser uma ilha de calor, por ter um uso do solo que proporciona temperaturas mais altas e o aquecimento global. Isso faz com que a gente tenha temperaturas mais altas, uma condição de instabilidade que viria a causar só uma garoa, se desenvolve mais por conta do calor, e dá origem as tempestades”, diz Soares.
E o intervalo entre os grandes eventos vai diminuindo. A segunda maior ventania da cidade foi registrada há menos de um ano, em novembro de 2023.
A previsão para os próximos dias é de instabilidade, mas sem nenhum temporal do porte do observado na sexta.
Ventania
Com ventos de 107,6 km/h na noite de sexta, a cidade São Paulo registrou sua maior ventania em 30 anos, segundo a Defesa Civil Estadual.
Desde 1995, quando começaram as medições da Defesa Civil, a cidade não havia registrado ventos tão fortes. Os registros foram feitos na estação da Zona Sul da cidade.
Antes, o recorde havia sido registrado em 3 de novembro de 2023, na mesma estação, quando os ventos chegaram a 103,7 km/h e milhares ficaram sem luz em um grande apagão.
Ao menos sete pessoas morreram durante o temporal na Grande SP e no interior do estado. O órgão também conta ao menos três pessoas atendidas em estado grave.
Na cidade de Diadema, na Grande SP, uma pessoa morreu em razão de uma queda de árvore durante o temporal e em Cotia, duas morreram por queda de muro.
Já na capital paulista, uma pessoa faleceu também após a queda de uma árvore no bairro do Campo Limpo, na Zona Sul da cidade.
Segundo a Enel, mais de 20% da base de 8 milhões de clientes foi afetada no estado. Até este sábado, 1,4 milhão seguem sem luz, segundo a companhia.
Queda de árvore na Rua Kaoro Oda, perto da Subprefeitura do Butantã e do Metrô Vila Sônia, na Zona Oeste
Arquivo pessoal