Investigações começaram em 2021, após Promotoria notar certificados falsos em processo judicial. Operação mira emissão de certificados falsos para presos
O Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP-PR) está investigando um grupo criminoso suspeito de vender certificados de cursos para outros presos no Paraná.
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Conforme o MP, os detentos usavam os documentos para reduzir o tempo de cadeia ou de penas alternativas. A Lei de Execução Penal prevê a redução do tempo de cumprimento de pena por meio do trabalho e/ou estudos.
De acordo com o órgão, o grupo criminoso abordava, nas portas dos presídios, familiares de presos do regime fechado e também presos do regime semiaberto, divulgando os certificados.
O Gaeco informou que identificou mais de mil documentos falsos vendidos pelos suspeitos, porém, ainda não se sabe o valor arrecadado pelo grupo. As investigações demonstraram que um dos presos que comprou o certificado falso deu um veículo em troca do documento.
Operação foi realizada pelo Gaeco de Londrina (PR)
Reprodução/RPC
Investigações começaram após preso do regime semiaberto usar certificado falso
Segundo o órgão, as investigações começaram em junho de 2021, após a Promotoria de Justiça que atua em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, notar possíveis certificados falsos juntados em um processo judicial.
Na ocasião, um preso do regime semiaberto usou um certificado falso de um curso técnico para ter acesso a remissão da pena.
Ao longo das investigações, os agentes descobriram que um grupo criminoso de Cambé, no norte do estado, fornecia a presos certificados falsos de cursos nunca realizados, emitidos por supostas entidades religiosas e associações diversas, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado do Paraná (Senai), entre outros.
“O núcleo constatou realmente a existência de grupo que falsificava de forma contínua esses certificados que eram utilizados aí na remissão de pena de condenados”, explica o promotor de Justiça Leandro Antunes Meirelles Machado.
Por meio de nota, o Senai lamentou o uso do nome da instituição no esquema criminoso e disse estar colaborando com as investigações.
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Operação em 5 cidades do estado
Nesta terça-feira (10), o Gaeco deflagrou uma operação contra o grupo criminoso.
Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão domiciliar e sete mandados de busca pessoal nas cidades de Cambé, Campo Largo, Curitiba, Londrina e Pontal do Paraná.
O objetivo, conforme Machado, é a apreensão de documentos falsificados, apetrechos ou máquinas usadas para a falsificação destes certificados, dispositivos eletrônicos que contenham negociações para adquirir estes documentos ou outros elementos.
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