Segundo delegado responsável pelo caso, suspeito disse que não sabia que prática era ilegal. Ele foi ouvido e liberado e o animal foi encaminhado a um abrigo na cidade. A Polícia Civil de Barretos (SP) investiga a suspeita de que o homem que fez um cão pular de uma escada de aproximadamente quatro metros de altura e bater a cabeça na calçada cobrava pelo que ele chamava de exibições.
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Segundo o delegado Marcelo Gambi Alves, o suspeito, de 49 anos, pedia doações em dinheiro a motoristas e pessoas que passavam pelos locais onde as acrobacias aconteciam. Além do cachorro, a polícia também investiga a denúncia de que um cavalo também era utilizado nas apresentações.
“Esse tipo de apresentação, que a gente ainda vai aprofundar na investigação, supomos que seja a troca de dinheiro. Ele fazia apresentação em via pública ao lado de carros e de pessoas, então, subentende-se que ele pretendia arrecadar dinheiro a partir dessa exibição ilegal”.
Homem faz cão pular de escada e bater a cabeça na calçada durante acrobacia em Barretos
Redes sociais
O homem, que vive em situação de rua, chegou a ser detido pela polícia, mas foi liberado depois de pedir depoimento. Segundo Gambi, o suspeito disse à polícia que não sabia que a prática era ilegal.
“Ele imaginava que não era ilegal esse tipo de apresentação e disponibilizava ali um tipo de colchonete para o animal aterrissar. Mas nós percebemos nos vídeos que nem sempre o animal caia nesse espaço de segurança. Inclusive, a imagem mostra que o cachorro cai parcialmente fora e bate a cabeça no chão”.
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Homem faz cão pular de escada e bater a cabeça na calçada durante acrobacia em Barretos
Ainda segundo Gambi, o suspeito, que não teve a identidade divulgada, não ficou preso porque não houve flagrante. Um inquérito policial foi aberto e ele deve responder pelo crime de maus-tratos. O cão foi resgatado e encaminhado a um abrigo de animais.
“No momento da localização do suspeito, ele não fazia a apresentação, estava separado em um local. E, como não havia situação de flagrante de maus-tratos em curso naquele momento, houve apenas a apreensão do cachorro e da escada e a oitiva desse suspeito e posterior liberação dele”.
Pena pode ser maior porque animal era filhote
A pena para o crime de maus-tratos é de dois a cinco anos de prisão, mas o delegado afirma que a situação do suspeito pode se agravar porque o cachorro ainda era um filhote.
“O cachorro, aparentemente, era um filhote ainda, o que agrava a situação dele, porque ele ainda não tem a formação muscular e óssea para esse tipo de apresentação. Ele alega que encontrou esse animal abandonado e entendia que não havia nada de errado nessa apresentação”.
Cachorro foi resgatado pela polícia após ser utilizado por homem em situação de rua em acrobacias em Barretos, SP
Tiago Aureliano/EPTV
Ainda segundo Gambi, o homem e o cachorro foram localizados em uma barraca na Região dos Lagos, em Barretos.
“Esse cachorro estava em um pequeno cercado. Aparentemente, o animal não estava em situação debilitada, ele tinha aparência saudável, tinha água à disposição dele. O cachorro foi resgatado e encaminhado a uma entidade que cuida da causa animal de Barretos”.
Apesar de o animal estar bem de saúde, o delegado explica que a prática é considerada criminosa porque configura abuso.
“Não existe a permissão legal para atos dessa natureza. Você obrigar um cachorro a subir uma escada de três a quatro metros de altura e saltar lá de cima é considerado um ato de abuso e maus-tratos de animais pelo risco que envolve de lesão grave e morte ao animal”.
Vídeo gerou revolta
As denúncias de que o homem forçava os animais a fazerem acrobacias chegaram até a polícia após uma série de vídeos publicados nas redes sociais.
Cão pula de escada e bate a cabeça na calçada durante acrobacia em Barretos
As imagens mostram quando o suspeito induz o cachorro a subir na escada e depois posiciona um colchonete no chão. Ele conta até cinco e faz um gesto para o animal, que pula em direção ao colchonete, mas acaba batendo a cabeça fora do ‘alvo’, na calçada. (veja acima)
Na gravação, ainda é possível ouvir quando pessoas que assistiam a ação se revoltam com o resultado.
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