Lilliana da Silva Rodrigues morreu após ser atingida pelo carro do PM enquanto pilotava uma motocicleta na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na altura de Praia Grande (SP). Richard dos Santos Souza, amigo dela, estava na garupa e sofreu um traumatismo cranioencefálico. Agente pagou fiança e foi liberado. Lilliana da Silva Rodrigues morreu após ser atingida na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Praia Grande (SP)
Reprodução/CCI Artesp e Redes sociais
O PM embriagado, de 49 anos, que causou a morte da jovem Lilliana da Silva Rodrigues, que pilotava uma motocicleta com um garupa na hora do impacto, está traumatizado, afirmou a advogada dele, Victorya Santana.
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“Aparenta que ele bebeu horrores, veio que nem doido pela pista e saiu fazendo boliche humano com as pessoas. Não foi isso que aconteceu”, disse a advogada, sobre a situação que considerou um “apagão” do cliente ao volante. O motorista, inclusive, foi solto após pagar fiança.
O acidente aconteceu na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Praia Grande (SP), em 25 de janeiro. A colisão do carro na traseira da motocicleta causou a morte de Lilliana, de 28 anos, e um traumatismo cranioencefálico em Richard dos Santos Souza, de 29, que já recebeu alta hospitalar.
De acordo com a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), o policial militar teria causado o acidente após dormir no volante do carro. Além disso, conforme registrado no boletim de ocorrência, o homem passou pelo teste do bafômetro e o resultado foi positivo.
Versão do PM
Apesar da versão das autoridades, a advogada afirmou que o cliente havia saído do imóvel do primo e seguia para casa, quando teve um “apagão” até a colisão.
Victorya disse que o PM não lembra o que aconteceu segundos antes do acidente, mas apenas de ter saído do carro depois da batida e visto a gravidade da situação.
Imediatamente, ainda de acordo com a advogada, ele acionou as autoridades policiais e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Aparenta que ele bebeu horrores, veio que nem doido pela pista e saiu fazendo boliche humano com as pessoas. Não foi isso que aconteceu”, garantiu ela. “Ele poderia não ter feito [o teste do bafômetro] porque a primeira regra é não produzir prova contra si mesmo. Mas, ele falou: “Eu vou soprar, eu não estou bêbado”, explicou a advogada.
Acidente ocorreu na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na altura de Praia Grande (SP).
Reprodução/CCI Artesp
Liberado
O homem chegou a ser detido por embriaguez ao volante no próprio dia do acidente, mas acabou liberado após pagar a fiança. A advogada explicou que o valor — não especificado — foi estipulado porque o policial prestou socorro à vítima e ninguém havia morrido naquele primeiro momento.
“As pessoas têm colocado como se a vida valesse uma fiança e não é verdade”, disse ela.
Victorya destacou que o PM está traumatizado com a situação e recebendo ameaças pessoalmente e virtualmente, tendo que mudar de casa com a família. “Nem se compara a dor da família [da vítima], mas é um peso […]. Como marcou essa família, vai marcar ele e a família dele”, finalizou a advogada.
Mudança no BO
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), policiais militares atenderam a ocorrência e foram informados de que Lilliana estava na garupa, enquanto Richard, que não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH), conduzia a moto. Inclusive, ele também fez o teste do bafômetro.
No entanto, ainda de acordo com a secretaria, a família da vítima compareceu à delegacia para informar a morte e esclareceu que era ela quem pilotava o veículo. A autoridade policial retificou os fatos no BO.
Lilliana da Silva Rodrigues morreu aos 28 anos
Redes sociais
O caso foi registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande com acompanhamento da PM — por se tratar de um caso com agente envolvido.
Vítimas
De acordo com o Corpo de Bombeiros, Lilliana sofreu paradas cardiorrespiratórias e foi encaminhada para o Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, onde morreu no dia 26 de janeiro. Já Richard foi socorrido no Pronto-Socorro do Rio Branco, em São Vicente (SP), e recebeu alta.
Ao g1, Richard afirmou a versão de que não tem CNH e era a amiga quem conduzia a motocicleta. Ele acrescentou não lembrar do que aconteceu após o acidente devido ao traumatismo cranioencefálico. “Estou me recuperando. Ainda não consigo andar e para tudo preciso de ajuda”.
Conforme apurado pela equipe de reportagem, Lilliana deixou uma filha de 8 anos e foi sepultada no Cemitério Municipal Vicentino Largo da Saudade, no Parque Bitaru, em São Vicente.
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