Pedidos de demissão crescem na região de Piracicaba, e faixa etária de 18 a 30 anos lidera saídas


Estudo de observatório usou como base o último trimestre de 2024. Brasil teve em 2023 o maior número de pedidos demissão dos últimos 20 anos
GETTY IMAGES via BBC
Metade dos pedidos de demissão em empresas da Região Metropolitana de Piracicaba (RMP) no quarto trimestre de 2024 foi de trabalhadores entre 18 e 30 anos. Dos 22.179 desligamentos no período, 11.092 foram de pessoas nessa faixa etária.
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Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e foram apresentados em estudo do Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba (RMP).
As estatísticas também mostram que aumentou 16,5% o número de demissões a pedido nessa faixa de idade, na comparação com o mesmo período de 2023. A faixa de 31 a 40 anos é a segunda com maior quantidade de registros. Veja no gráfico:

Crescimento ano a ano 📝
As demissões sem justa causa e a pedido lideraram as razões para demissão no último trimestre do ano passado – 42,9% e 35,3%, respectivamente. De acordo com o estudo, as demissões a pedido vêm crescendo ano a ano no Brasil e na RMP.
“Desde 2022, essa estatística vem evoluindo, com alguma desaceleração no último trimestre de cada ano, que é quando as demissões sem justa causa se aceleram”, traz trecho da pesquisa.
O observatório aponta três hipóteses para este fenômeno:
Um mercado de trabalho mais aquecido, e a consequente busca por uma oportunidade melhor;
Comportamento do trabalhador pós-pandemia, que passou a ponderar a decisão de se manter em um posto de trabalho se este afeta a sua qualidade de vida;
Maior número de jovens no mercado de trabalho, que buscam por vagas mais alinhadas às suas expectativas e trocam de emprego com maior frequência.

Salário baixo é 2º motivo mais citado 💰
Uma pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego com 53.692 trabalhadores brasileiros, entre os meses de novembro de 2023 e abril de 2024, elencou os principais motivos para os pedidos de desligamento. As razões citadas foram:
Outro emprego em vista (36,5%);
Salários baixos (32,5%);
Não reconhecimento no trabalho (24,7%);
Problemas éticos com a forma de trabalho da empresa (24,5%);
Adoecimento mental (23%);
Problemas com a chefia imediata (16,2%);
Inexistência de flexibilidade da jornada (15,7%).
Daqueles que foram recolocados, 63% obtiveram outro emprego em até 30 dias e 58% tinham salários de admissão mais elevados do que os salários de desligamento.
“Parte desta pesquisa reflete o aquecimento do mercado de trabalho com a redução persistente da taxa de desemprego do Brasil, que chegou a 6,4% no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE)”, observa trecho do estudo.
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O levantamento é assinado pelos professores Cristiane Feltre, da Escola de Negócios da PUC-Campinas, e Eliana Tadeu Terci e Carlos Eduardo de Freitas Vian, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
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