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Deise Moura dos Anjos é suspeita de matar três pessoas da mesma família com arsênio. Ela foi encontrada morta dentro da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na quinta-feira (13). Deise Moura do Anjos é encontrada morta na cadeia
Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar três pessoas da família do marido após comerem um bolo de frutas cristalizadas envenenado com arsênio, foi encontrada morta dentro da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na manhã da última quinta-feira (13), segundo a Polícia Penal. A suspeita é de suicídio.
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Abaixo, entenda o que já se sabe e o que ainda falta entender sobre a morte da suspeita do crime.
A morte de Deise
Por quais crimes Deise era investigada
Como ficam as investigações
Onde Deise estava presa
O que dizem os advogados de Deise
Deise Moura dos Anjos estava presa temporariamente há uma semana na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba
Reprodução/RBS TV
A morte de Deise
Em nota, a Polícia Penal divulgou que Deise foi encontrada “sem sinais vitais” durante conferência matinal na penitenciária.
“Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência que, ao chegar no local, constatou o óbito”, diz a nota.
Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a morte ocorreu “por asfixia mecânica autoinfligida”.
O corpo de Deise foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) na noite de quinta-feira. O velório ocorreu na manhã de sexta-feira (14), em uma cidade da Região Metropolitana. A cerimônia foi restrita a poucas pessoas.
Os advogados de Deise afirmam que haviam informado à direção da penitenciária dos riscos. A defesa também diz que realizou vários requerimentos para que a mulher recebesse atendimento médico e psicológico, principalmente depois que foi transferida para Guaíba. A Polícia Penal não confirma os contatos.
A instituição afirma que Deise “recebeu três atendimentos psicológicos na Penitenciária de Guaíba, além de dois atendimentos com a equipe de saúde”. Informou ainda que três psicólogos fazem o atendimento, e que “a rotina de inspeção é permanente”, com revistas diárias nas celas.
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Por quais crimes Deise era investigada
Deise foi presa temporariamente no dia 5 de janeiro, suspeita de envenenar a farinha utilizada em um bolo consumido em Torres, no Litoral Norte do RS, na véspera de Natal. A polícia também investigava se ela matou o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.
Bolo envenenado com arsênio está recolhido no IGP
Divulgação/IGP
Como ficam as investigações
Deise era investigada por quatro homicídios e duas tentativas de homicídio, em dois casos. Mesmo com a suspeita morta, a polícia deve manter a investigação e pretende concluir os inquéritos sobre os possíveis crimes, segundo o Chefe da Polícia Civil do RS, Fernando Sodré.
“A interferência que há (na investigação) é, como a gente fala no Direito Penal, a extinção da punibilidade por morte do agente. Ela não vai responder pelas fatos que praticou, porque está em óbito, mas a investigação continua até o final. Temos que esclarecer todas as circunstâncias do fato criminoso”, explica Sodré.
De acordo com o Chefe da Polícia Civil, a previsão de data para a remessa do inquérito é 20 de fevereiro, dia em que se esgota o prazo da prisão temporária.
O delegado Marcos Vinicíus Veloso, responsável pelo caso, explica que os inquéritos policiais sobre os dois casos já estavam em fase de término e, com a morte da suspeita, devem ser remetidos como estão ao Poder Judiciário.
“Estávamos em fase de término, elaborando o relatório final deste inquérito. É um inquérito robusto, com mais de mil páginas de provas contundentes da participação da mulher que foi encontrada morta hoje no cometimento de quatro homicídios e quatro tentativas de homicídio”, explica.
Onde Deise estava presa
Deise dos Anjos levada a depôr na delegacia de Torres
Vítor Rosa/RBS TV
A mulher estava presa temporariamente desde 5 de janeiro. Ela ficou um mês no Presídio Estadual Feminino de Torres. A prisão foi prorrogada pela Justiça e, em 6 de fevereiro, ela foi transferida para Guaíba por questões segurança.
Conforme as autoridades, a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba tinha mais estrutura para garantir a segurança de Deise. Além disso, é exclusiva para mulheres, diferente do Presídio Feminino de Torres, que é constituído de uma ala para apenadas do gênero feminino em meio a um complexo que abriga também homens.
A cela que Deise ocupava tinha cama, vaso sanitário, chuveiro e pia, além do uniforme prisional, roupas de cama, livros, cartas e objetos de higiene pessoal que não ofereciam riscos, segundo a instituição.
A defesa de Deise informou que a polícia havia pedido a conversão da prisão temporária em prisão preventiva na terça-feira (11). O pedido havia sido aceito pelo Ministério Público e estava em análise pela Justiça. Caso fosse concedido, Deise iria sair da cela em que estava em isolamento e seria colocada em uma galeria com outras detentas.
Segundo a defesa, ela teria manifestado preocupação com a própria segurança caso isso acontecesse.
O que dizem os advogados de Deise
Os advogados de Deise afirmam que o risco de que a suspeita tirasse a própria vida havia sido informado à direção da penitenciária. A defesa também diz que fez vários requerimentos para que Deise recebesse atendimento médico e psicológico, principalmente depois que foi transferida para Guaíba.
A polícia penal afirma que Deise “recebeu três atendimentos psicológicos na Penitenciária de Guaíba, além de dois atendimentos com a equipe de saúde”. Informou ainda que três psicólogos fazem o atendimento, e que “a rotina de inspeção é permanente”, com revistas diárias nas celas.
A suspeita escreveu um recado antes de ser encontrada morta dentro da cadeia. A informação foi dita pelo chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, em entrevista à RBS TV.
“Ela deixou um escrito, que nós estamos apurando ainda detalhes, no local. Tipo um desabafo, se dizendo inocente, dizendo que era uma pessoa que estava em sofrimento, em depressão”, afirmou Sodré.
A administração do presídio teria sido alertada um dia antes do ocorrido sobre o risco de Deise tirar a própria vida. Um advogado da família do marido da suspeita foi ao presídio e informou a decisão do homem em formalizar o divórcio. A partir daí, ela teria apresentado alterações no comportamento.