Do hospital, ‘guerra parece ainda mais absurda’, diz papa Francisco em mensagem dominical


Texto divulgado pelo Vaticano cita o Evangelho de Lucas, o agradecimento do papa pelo apoio em sua recuperação e mais um pedido pela paz mundial. Papa Francisco
Reprodução/TV Globo
Pelo terceiro final de semana seguido por conta da sua internação por problemas respiratórios, o papa Francisco não participou da leitura do Angelus no Vaticano.
O texto foi divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé na manhã deste domingo (2), onde o pontífice pede paz: “daqui, a guerra parece ainda mais absurda”.
Francisco está internado desde 14 de fevereiro, depois que um surto de bronquite piorou e se transformou em pneumonia em ambos os pulmões.
O quadro de saúde de Francisco se estabilizou desde sábado, mas seu prognóstico continua cauteloso, o que significa que ele não está fora de perigo. O Vaticano informou que ele passou uma noite tranquila e está repousando.
Na mensagem do Angelus, o papa agradeceu a “proximidade de todos, do cuidado da equipe médica à oração de fiéis do mundo inteiro, e disse se sentir ‘carregado’ por todo o Povo de Deus”.
“Sinto no coração a ‘bênção’ que se esconde na fragilidade, porque nestes momentos aprendemos ainda mais a confiar no Senhor. ao mesmo tempo, agradeço a Deus porque me dá a oportunidade de compartilhar no corpo e no espírito a condição de tantas pessoas doentes e sofredoras”, escreveu o papa.
No Angelus, citando o Evangelho de Lucas, o papa falou de como Jesus utilizou a visão e o paladar para mostrar a importância das relações com o próximo.
“Com relação à visão, pede para treinar os olhos para observar bem o mundo e julgar o próximo com caridade. Diz o seguinte: ‘Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão’ (v. 42). Somente com esse olhar de cuidado, não de condenação, a correção fraterna pode ser uma virtude. Porque se não for fraterna, não é uma correção!”
“Com relação ao paladar, Jesus nos lembra que ‘toda árvore é reconhecida pelos seus frutos’ (v. 44). E os frutos que vêm do homem são, por exemplo, as suas palavras, que amadurecem em seus lábios, de modo que ‘sua boca fala do que o coração está cheio’ (v. 45). Os frutos ruins são as palavras violentas, falsas, vulgares; aqueles bons são as palavras justas e honestas que dão sabor aos nossos diálogos.”
Então podemos nos perguntar: “como eu olho as outras pessoas, que são meus irmãos e irmãs? E como me sinto visto por eles? As minhas palavras têm um sabor bom ou estão impregnadas de amargura e de vaidade?”, diz o texto divulgado pelo Vaticano.
Na conclusão do texto do Angelus, Francisco disse novamente rezar pela paz “ao recordar do mundo ferido pelas guerras, e de dentro de um hospital onde a dimensão pode ganhar novos valores”.
“Eu também rezo por vocês. E rezo especialmente pela paz. Daqui a guerra parece ainda mais absurda. Rezemos pela martirizada Ucrânia, pela Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão, Kivu.”
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