CFM pede intervenção no Cremerj por causa de supostas irregularidades administrativas

O pedido de intervenção afirma que há indícios de malversação de verba pública e improbidade administrativa na administração do conselho regional. O Cremerj nega. O Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu intervenção no Conselho Regional do Rio (Cremerj). A decisão determina o afastamento de toda a diretoria do Cremerj – que tem mandato até o fim de 2027 – por período indetermidado.
A decisão ainda não foi publicada, mas o RJ2 teve acesso ao voto do relator do conselho que detalha as medidas tomadas.
O pedido de intervenção afirma que há indícios de malversação de verba pública e improbidade administrativa na administração do conselho regional. A auditoria do CFM indicou quinze achados que apontam para supostas falhas na administração do Cremerj.
As despesas consideradas elevadas com o prédio alugado são um exemplo do que a auditoria chama de ineficiência na gestão financeira, com resultados deficitários nos últimos exercícios.
Outro fato citado é a falta de controle em verbas pagas a empregados e conselheiros, como gratificações – os chamados jetons, diárias e auxílio de representação, resultando em possíveis prejuízos financeiros.
O Conselho Federal de Medicina pede a devolução de mais de um milhão de reais. A maior parte de valores não justificados — ou seja, sem prestação adequada de contas.
Todo médico tem a sua carteira profissional emitida pelo Cremerj, que tem o dever de supervisionar a ética profissional e garantir que o trabalho da classe seja feito de maneira correta.
A verba do conselho é obtida por uma taxa paga pelos próprios médicos e, por isso, é considerada verba pública. Em uma assembleia geral ordinária nesta terça (11), o próprio Cremerj aprovou suas contas.
O Cremerj pode recorrer da decisão do CFM. Ao RJ2, o Cremerj disse que não foi notificado e que não teve acesso ao conteúdo da auditoria. O conselho regional diz ainda que tem R$ 20 milhões em caixa, negando a acusação que tem uma gestão deficitária e diz que os dados estão sendo publicados no Portal da Transparência. O Cremerj diz ainda que a intervenção seria uma represália com motivação política diante do que seria uma atuação independente do conselho regional em relação ao federal.
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