Paciente conta que usaram óleo de silicone no rosto dela após pagar mais de R$ 18 mil a clínica de influenciadores: “Revoltante”


Ela disse ainda que não pode fazer mais nenhum tipo de procedimento, caso contrário pode causar uma inflamação ou até mesmo uma necrose no rosto dela. Donos de clínica estão presos. Paciente conta que usaram óleo de silicone no rosto dela após pagar mais de R$ 18 mil
Um paciente contou que usaram óleo de silicone no rosto dela após ela fazer procedimentos e pagar mais de R$ 18 mil a clínica de influenciadores que estão presos, suspeitos de deformar pacientes, em Goiânia. Karine Gouveia e o marido dela, Paulo César Dias, tiveram a prisão mantida pela Justiça após uma audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (13).
“É complicado. Eu sempre fui uma mulher muito vaidosa, sempre busquei me cuidar e agora qualquer coisa que eu fizer pode ter uma reação com o produto. É um prejuízo muito grande, emocional para a gente, porque você investe um dinheiro por uma coisa e recebe outra. Então, assim, é muito revoltante para a gente”, disse.
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Em entrevista à TV Anhanguera, a mulher, que preferiu não se identificar, contou que não pode fazer mais nenhum tipo de procedimento, caso contrário pode causar uma inflamação ou até mesmo uma necrose no rosto dela.
Os donos da clínica foram presos preventivamente na última quarta-feira (12), cerca de um mês após serem soltos por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o delegado do caso, Daniel de Oliveira, eles usaram substâncias proibidas como óleo de silicone e o PMMA em procedimentos estéticos e cirúrgicos de alto risco.
A defesa de Karine Gouveia afirmou que a influenciadora nega o uso do óleo de silicone, como informado pelo delegado. O advogado da Karine, Romero Ferraz, argumenta que a acusação deve provar o uso da substância, e que a investigação ainda não foi concluída.
“Não existe relatório final da autoridade policial. Não existe denúncia feita pelo Ministério Público. Ela tem o direito do devido processo legal justo. Se tem essa convicção, inclusive antecipando a culpa dela, que relate o inquérito e o MP ofereça denúncia. Ela exercerá o direito de defesa dela”, declarou.
Ao g1, o advogado de defesa de Paulo disse que ele reafirma que todos os procedimentos feitos na clínica de estética foram realizados dentro dos mais rigorosos protocolos. “Jamais foi utilizada qualquer substância proibida em qualquer cliente, muito menos óleo de silicone”, afirmou.
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Karine Gouveia e Paulo César, casal investigado pela Polícia Civil, Goiás
Reprodução/Redes Sociais
Relembre o caso
O casal foi preso, pela primeira vez, em dezembro de 2024, em uma operação policial que investigava procedimentos estéticos e cirúrgicos que causaram danos físicos a pacientes. Segundo a Polícia Civil, além dos donos, mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos em desfavor de técnicos que atuavam na clínica e que não tinham formação para realizar os procedimentos.
Na época, a defesa do casal afirmou, à TV Anhanguera, que a clínica possuía todos os documentos necessários para funcionar, que Karine e Paulo sempre praticaram os atos dentro do que determina a lei e que o local atende a todos os padrões exigidos pela Vigilância Sanitária. A polícia negou a fala da defesa e afirmou que a clínica possuía um alvará para procedimentos apenas de classe estética, ou seja, minimamente invasivos.
Além da incapacidade profissional dos envolvidos, a investigação apontou que os materiais e produtos usados nos procedimentos eram inadequados.
Mandados também foram cumpridos em Anápolis, a 55 km da capital. Os envolvidos tiveram as contas bancárias, bens e valores bloqueados. No total, foram R$ 2,5 milhões apreendidos, além de um helicóptero avaliado em R$ 8 milhões.
Soltos desde fevereiro
O casal foi solto após decisão publicada no início de fevereiro pela ministra do Superior Tribunal de Justiça Daniela Teixeira. Na decisão, a ministra considerou que manter o casal preso era “desproporcional” e citou que outros investigados já tinham sido soltos.
A sentença atendeu o pedido da defesa, que alegou que Karine e Paulo não poderiam mais atrapalhar as investigações e também que são pais de uma criança de 7 anos, que inclusive sofreu um acidente grave de carro e precisou passar por cirurgia.
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