O crime, em fevereiro de 2023, foi incialmente investigado como latrocínio. Os dois negam participação na morte. Casal preso por morte de motociclista também vai responder por tráfico de drogas
Imagens de câmeras de segurança usadas pela Polícia Civil nas investigações da morte de um motociclista em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mostram o momento em que o carro que levava o casal que foi preso pelo crime se choca com a moto onde estava a vítima, poucos metros antes dela ser morta. Além do assassinato, os dois também vão responder por tráfico de drogas.
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam, nesta terça-feira (10), o policial militar Alan Nascimento, o Tabaco, e a mulher dele, Simone Conceição Nascimento. O casal foi encontrado em casa, no bairro da Posse. Eles negam participação no crime.
“A gente teve acesso a algumas imagens de câmeras de segurança que captaram tanto o momento da colisão no trânsito quanto a perseguição e execução. Com base na descrição do carro, nas características e também algumas informações de inteligência, a gente conseguiu chegar a qualificação do Alan”, disse o delegado André Cavalcante.
Na época em que ocorreu, em fevereiro do ano passado, o crime chegou a ser investigado como latrocínio. Porém, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) e a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), as imagens mostraram que Claudio Roberto Santos Silva foi morto por causa de uma colisão na Rua João Venâncio de Figueiredo.
A distância entre o ponto onde aconteceu o choque e o lugar onde Claudio tomou os tiros é de cerca de 100 metros. As investigações indicam que o motociclista colidiu com o carro onde estava o casal e foi embora. O veículo com o PM e a mulher o perseguiu. Depois, houve uma discussão. A polícia afirma que Alan disparou 4 tiros pelas costas.
Casal cometeu crime por causa de colisão no trânsito, segundo as investigações
Reprodução/ TV Globo
De acordo com a polícia, a mulher do policial também estaria envolvida no crime.
“A gente acredita que ela estava presente no momento do homicídio e também tenha participado da fraude processual, alterando as características do carro utilizado no momento do crime”, afirmou o delegado.
Além do homicídio, o casal vai responder também por tráfico de drogas.
Polícia apreendeu cerca de 150 pinos de cocaína, um fuzil e munições
Reprodução/ TV Globo
Na casa onde Alan e Simone vivem, os agentes encontraram cerca de 150 pinos de cocaína, um fuzil sem registro e munição de diferentes calibres.
Os agentes também apreenderam celulares e outros equipamentos eletrônicos, que passarão por uma perícia.
O Ministério Público afirmou que já pediu à Justiça o afastamento do policial da corporação e a suspensão de posse e porte de arma de fogo. Caso seja condenado, a pena prevista pode chegar a 30 anos de prisão.
“Além do homicídio qualificado, que tem pena de 12 a 30 anos de reclusão, ele também será responsabilizado pelo crime de tráfico de drogas e porte de arma de fogo de uso restrito”, afirmou Pedro Simao, promotor do Gaeco.