Denúncia da PGR isenta instituição Forças Armadas e identifica os militares envolvidos em trama golpista, diz José Múcio


Ministro Múcio Monteiro
TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse ao blog que a denúncia da Procuradoria Geral da República sobre o inquérito do golpe trouxe alívio para as Forças Armadas, separando e isentando a instituição Forças Armadas de militares envolvidos em uma trama golpista durante o governo Bolsonaro.
“A denúncia identifica os militares responsáveis por uma tentativa de golpe, ao mesmo tempo que separa e isenta a instituição Forças Armadas daquele processo”, afirmou José Múcio.
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Segundo ele, foi muito importante a denúncia ressaltar que o golpe não se consumou porque não teve adesão de comandantes das Forças Armadas.
“Isso é muito importante da instituição, para virarmos essa página. Agora, os militares responsáveis estão identificados e denunciados, eles terão de responder por seus CPFs”, comentou o ministro.
A avaliação do ministro da Defesa é compartilhada pelo Exército, que também recebeu com alívio a denúncia da PGR.
Segundo a cúpula das Forças Armadas, a denúncia reforça o discurso dos militares de que a instituição não se envolveu na tentativa de golpe, mas alguns militares.
O texto da denúncia traz anotado que o Exército foi vítima de uma conspirata e que foi a não adesão de generais que impediu o golpe de Estado.
O chefe do Estado Maior do Exército, general Richard Nunes, reuniu os principais quadros da Força nesta segunda-feira (18).
Ele avisou a todos que aguardava com “ansiedade” a denúncia da Procuradoria Geral da República porque seria a oportunidade de separar as Forças Armadas daqueles militares bolsonaristas que se envolveram na tentativa de golpe.
Segundo participantes da reunião, o general disse que a denúncia daria início ao processo de descolamento da Força dos envolvidos na tentativa de golpe.
Dos 34 denunciados ontem pela PGR, nada menos que 25 são militares. O comandante do Exército, Tomás Vieira Paiva, está em viagem ao exterior, mas já havia sido avisado que a denúncia deveria sair ainda nesta semana.
Ele já fez a avaliação interna também, na mesma linha do ministro da Defesa, José Múcio, de que é preciso diferenciar a instituição de um grupo minoritário de militares que embarcaram na aventura golpista.
Os generais costumam lembrar que o último comandante do Exército no governo Bolsonaro, Freire Gomes, foi contra a adoção de qualquer tentativa de golpe no final do governo anterior, o que consta da denúncia do procurador-geral Paulo Gonet.
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