Aliados de Bolsonaro vão insistir na tese de ‘perseguição política’, mas veem condenação quase certa

Diante da denúncia da Procuradoria Geral da República, a estratégia dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro será insistir na tese de que ele está sendo vítima de uma perseguição do STF e não deu uma autorização final para uma aventura golpista.
Por outro lado, admitem nos bastidores que a condenação do ex-presidente no inquérito do golpe é praticamente certa e que ele vai se transformar num cabo eleitoral ainda mais forte.
Os advogados do ex-presidente batem na tecla de que ele pode ter discutido uma minuta do golpe, com intervenção no Judiciário Eleitoral e anulação das eleições, mas não assinou o documento e não deu aval para concretizar qualquer operação.
Ontem, Bolsonaro, depois de reunião com senadores aliados, afirmou que uma denúncia não lhe traz nenhuma preocupação, mas ele teme ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal e ser preso.
O senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a denúncia da PGR “não tem absolutamente nenhuma prova” contra o seu pai.
O senador Rogério Marinho publicou nas redes sociais que a injustiça, o arbítrio e a perseguição não conseguirão calar o sentimento da população e o que o presidente Jair Bolsonaro representa.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) também foi na linha de defende o ex-presidente, garantindo confiar na sua inocência e honestidade.
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro dão como certa, porém, a sua condenação pelo Supremo Tribunal. Avaliam que, com isso, ele será um cabo eleitoral ainda mais forte para aglutinar a direita na eleição presidencial de 2026. Uma condenação vai tirar, definitivamente, Bolsonaro da condição de candidato a presidente no próximo ano.
O ex-presidente não pretende abrir mão de conduzir o processo de escolha do candidato da direita, que terá seu apoio na eleição presidencial de 2026.
Além disso, apoiadores de Bolsonaro acreditam ainda que a denúncia deve tirar força da tramitação do projeto que dá anistia aos golpistas de 8 de janeiro e da tentativa de reduzir o prazo de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa de oito para dois anos.
Mesmo porque, condenado também pelo STF, o destino de Bolsonaro na próxima eleição estaria selado, cabendo a ele realmente o papel de cabo eleitoral, entoando o discurso de que foi afastado do processo eleitoral pelos seus adversários.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.