
O conflito entre Israel e Líbano escalou há duas semanas após a explosão de pagers e rádios usados pelo Hezbollah. O ataque deixou dezenas de mortos e foi atribuído a Israel, que não assumiu a autoria do plano. O premiê Benjamin Netanyahu, entretanto, mandou tropas à fronteira e anunciou uma ‘nova fase da guerra’. Retrato do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah.
Aziz Taher/Reuters
As Forças de Defesa de Israel afirmaram, em nota neste domingo (29), que mataram Nabil Kaouk, uma das lideranças do Hezbollah. Um dia antes, o país já havia anunciado a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, número 1 e principal rosto do Hezbollah, que comandava o grupo extremista libanês desde 1992.
Além de Nasrallah e Kaouk, Israel disse que também “eliminou” outros nomes do Hezbollah desde o início do ano. Veja lista:
29 de setembro: Nabil Kaouk;
29 de setembro: Ali Karki, comandante do Hezbollah da fronteira sul do Líbano, que faz divisa com Israel;
28 de setembro: Sayyed Hassan Nasrallah (principal rosto do Hezbollah, que comandava o grupo desde 1992);
26 de setembro: Muhammad Hussein Srour, comandante do Comando Aerial;
24 de setembro: Ibrahim Muhammad Qahbisi, chefe do Comando de Mísseis e Foguetes;
20 de setembro: Ibrahim Aqil, chefe de Operações e comandante da Força Radwan;
30 de julho: Fuad Shukr, comandante militar de mais alta patente na organização e chefe da unidade estratégica da organização;
4 de julho: Mohammed Nasser, comandante da unidade Aziz;
12 de junho: Sami Taleb Abdullah, comandante da unidade Nasser;
8 de janeiro: Wissam al-Tawil, comandante da Força Radwan.
Lideranças do Hezbollah, segundo Israel
Divulgação/IDF
O conflito entre Israel e Líbano escalou há duas semanas após a explosão de pagers e rádios usados pelo Hezbollah. O ataque deixou dezenas de mortos e foi atribuído a Israel. O país não assumiu a autoria do plano de sabotagem, mas o premiê Benjamin Netanyahu mandou tropas à fronteira e anunciou uma “nova fase da guerra”.
O que é o Hezbollah ?
Israel avança por terra
Nesta terça-feira (1º), Israel lançou uma operação terrestre “limitada” contra alvos específicos do Hezbollah, no sul do Líbano. A ação conta com tropas do Exército por terra, além do apoio da Força Aérea com aeronaves pelo ar.
O porta-voz dos militares, Avichay Adraee, enviou uma ordem a residentes de mais de 20 cidades do sul do Líbano para que saiam imediatamente de suas casas “para a sua própria segurança”.
A ordem é para que os civis se desloquem para a margem norte do rio Awali, cuja saída para o mar fica praticamente no meio do caminho entre a fronteira com Israel e Beirute. Segundo Israel, o Hezbollah tem usado infraestrutura civil e residentes do sul como escudo humano.
O grupo extremista libanês reagiu à incursão terrestre israelense com disparo de mísseis direcionados, entre outras localidades, a Tel Aviv — de acordo com o Hezbollah, direcionados a instalações do serviço secreto do país, o Mossad. A milícia Houthi, financiada pelo Irã e que atua no Iêmen, também afirmou ter disparado foguetes em direção ao território israelense.
O Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza. Israel vinha respondendo e repelindo os ataques.