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Leila Hammoud mora há 19 anos no Líbano com o marido e os quatro filhos. Ao g1 ela contou sobre a vida no país em meio ao conflito armado. “Nós escutamos barulhos de bomba e aviões o tempo todo. Sempre ficamos assustados porque é muito forte”, diz Leila Hammoud, juiz-forana que mora há 19 anos no Líbano.
Nas últimas horas desta terça-feira (1), moradores de cidades libanesas relataram bombardeio intenso na fronteira com Israel, além do som de helicópteros e drones sobrevoando a área.
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AO VIVO: acompanhe a operação
Apesar do medo constante dos barulhos causados pelos ataques, Leila conta que conta que Majdal Anjar, cidade onde mora, ainda pode ser considerada segura já que a guerra tem afetado principalmente as comunidades xiitas, enquanto em Majdal Anjar é predominantemente sunita.
“Muitas pessoas xiitas estão vindo para a cidade, então o nosso medo é que em algum momento isso seja um perigo para a gente”.
Entenda as diferenças e divergências entre sunitas e xiitas
Toda a incerteza leva Leila a considerar o retorno ao Brasil. Ela e os filhos podem legalmente voltar para o Brasil, mas o marido libanês não tem nenhuma documentação que autorize a permanência no país.
“A partir do momento em que a gente sentir que tem algum perigo, com certeza vou pensar em ir para o Brasil, mas não sei como seria, porque meu marido não tem nem passaporte”, explica.
Leila com os quatro filhos e o marido
Arquivo Pessoal
Com o conflito, os filhos da mineira deixaram de frequentar a escola. Sair de casa também se tornou uma preocupação, segundo ela.
“Minha filha fazia faculdade em Bairute, poucos quilômetros de onde os ataques estão concentrados. Ela teve que voltar para casa e deixar todas as suas coisas por lá. Se você quiser sair para comprar alguma coisa, precisa ficar atenta para não ir muito longe, porque você não sabe o que pode acontecer. Outro dia atacaram uma pessoa por engano”, disse.
Governo diz que vai resgatar brasileiros no Líbano
O governo brasileiro decidiu começar uma operação de resgate dos cidadãos que estão no Líbano e, segundo fontes do Itamaraty, quase 3 mil pessoas demonstraram disposição para voltar ao Brasil. A maioria é de moradores do Vale do Bekaa e da capital, Beirute.
O ministro disse que o primeiro voo deve sair no fim de semana. A prioridade será para idosos, mulheres, crianças e pessoas com necessidade de assistência médica.
Em 2006, última grande crise militar entre Israel e Hezbollah, cerca de 3 mil brasileiros deixaram o Líbano.
Conflito armado
O Líbano tem sido alvo de bombardeios aéreos do Israel, que mira alvos do grupo extremista Hezbollah em território libanês. Os ataques têm atingido também civis, e dois cidadãos brasileiros já morreram desde a intensificação dos ataques a partir do dia 20 de setembro.
Desde a segunda-feira passada (23), o Itamaraty discute a necessidade de uma operação de repatriação. O grande ponto era a opção por qual rota seria usada para o resgate.
No sábado (28), o chanceler do Brasil se reuniu com o chanceler do Líbano, Abdallah Rashid Bou Habib. Os dois avaliaram o atual momento do conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah e discutiram as chances de uma repatriação de brasileiros no país.
Além do uso do próprio aeroporto de Beirute, que até o momento continua aberto, o governo brasileiro também mapeia a possibilidade de usar bases aéreas operadas pela Rússia dentro do território da Síria.
Há duas mais próximas da fronteira com o Líbano: em Hmeymim, ao norte do Líbano e em Shayrat, a noroeste do Líbano. Não está descartada uma outra opção, tida como mais complexa. A retirada dos brasileiros pelo Chipre
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