Prisão de prefeito de Criciúma investigado por crimes envolvendo serviço funerário é julgada nesta quinta


Além de Clésio Salvaro, TJSC julga a manutenção da prisão preventiva de outros 9 investigados na operação Caronte. Prefeito nega envolvimento. Prefeito de Criciúma é preso em operação que investiga crimes envolvendo serviço funerário
Reprodução/Redes Sociais/
O julgamento que define se o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), seguirá preso ocorre na manhã desta quinta-feira (12), uma semana após a primeira audiência ser suspensa. O político foi detido preventivamente em uma operação que apura crimes envolvendo a concessão de serviço funerário na maior cidade do Sul de Santa Catarina.
Será julgada também, a partir das 9h a manutenção das prisões de outras nove pessoas detidas preventivamente na 2ª fase da Operação Caronte, segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
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Enquanto Salvaro está detido, o vice-prefeito, Ricardo Fabris (MDB), foi empossado como interino. As prisões preventivas ocorreram em 3 de setembro.
O julgamento estava marcado para quinta passada (5), com sessão online. Com o adiamento, tudo deve ser decidido presencialmente nesta quinta-feira no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em Florianópolis, a partir das 9h.
Salvaro nega crimes e cita questões políticas (veja mais abaixo).
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Clésio Salvaro, prefeito de Criciúma, é preso em operação
Operação
Salvaro foi detido na segunda fase da Operação Caronte. Na primeira etapa, em 5 de agosto deste ano, buscas foram feitas na sede da prefeitura de Criciúma e na casa do prefeito. Na época, foram cumpridos sete mandados de prisão pelo suposto esquema no serviço funerário.
Conforme a decisão que autorizou a operação, assinada pela desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer, a investigação teve início após denúncias de possível fraude em um processo licitatório para a contratação de empresas de serviços funerários na cidade.
A apuração aponta que houve alteração na legislação municipal que resultou na redução do número de funerárias habilitadas a operar na cidade.
“As investigações revelaram um complexo e permanente esquema de supostos crimes contra a administração pública e consumidores em Criciúma, sobretudo no controle do serviço funerário”, cita o documento.
Acordo entre funerárias para reduzir a concorrência, aumento abusivo de valores de serviços para velórios e má qualidade de produtos ofertados estão entre as irregularidades identificadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Além do prefeito, outras nove pessoas foram detidas nos municípios de Jaraguá do Sul, no Norte catarinense, São José, na Grande Florianópolis, e em Florianópolis.
De acordo com o despacho da segunda fase, ao qual o g1 teve acesso, foram encontrados indícios da prática dos seguintes crimes:
corrupção ativa
fraudes de licitação
organização criminosa
crime contra a ordem econômica
Clesio Salvaro
Divulgação
O que disse o prefeito
Em um vídeo divulgado pela equipe de Clésio Salvaro logo após a confirmação da prisão dele, o prefeito afirmou que um dos grandes projetos dele era regularizar a central funerária da cidade. Além de negar participação em crimes, Salvaro citou questões políticas:
“Eu tenho certeza da minha inocência. Jamais, em momento algum e o processo vai ficar livre. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada, nada, nada que possa me incriminar”, disse o político em um trecho do vídeo.
O partido de Salvaro, o PSD, também divulgou nota manifestando sobre a prisão:
“O PSD de Santa Catarina e o PSD de Criciúma acompanham com atenção a prisão de um dos seus grandes líderes, Prefeito Clésio Salvaro, com uma administração muito bem avaliada pela população. O ato ocorre faltando poucos dias para a eleição municipal. Não queremos crer em qualquer interferência política nesta decisão, o Partido aguarda e confia na justiça em todas suas instâncias.”
A defesa de Salvaro também publicou uma nota afirmando ter sido surpreendida com a prisão do político, “não apenas pelo fato de já haver denúncia oferecida, mas pela inexistência de qualquer fato novo que justifique essa medida extrema e, principalmente, pela ausência de justa causa para a própria ação penal, uma vez que os argumentos apresentados pelo Ministério Público estão longe de caracterizar qualquer prática criminosa do Prefeito, senão o exercício legítimo do seu múnus público”.
Em nota, a Prefeitura de Criciúma afirmou não ter sido “comunicada oficialmente acerca dos fatos veiculados na mídia em geral, envolvendo o Prefeito Clésio Salvaro”.
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