Empresário é investigado por furtar energia para supermercado. Ele nega ter adulterado medidor e alega que baixa no consumo foi causada por desligamento de câmara fria. Homem foi encontrado com ferimentos e queimaduras na zona rural de Hidrolândia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera e Reprodução/Polícia Civil
O dono do supermercado considerado suspeito de espancar e queimar homem que teria furtado uma sandália responde processo por estelionato. O empresário de 38 anos é investigado pela polícia por realizar furto de energia. De acordo com a Polícia Civil, homem tentou fugir do flagrante quando foi denunciado pelo crime.
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Daniel Fernando de Souza foi espancado e queimado no dia 6 de setembro e morreu por causa das lesões na terça-feira (10). De acordo com informações da polícia, o crime aconteceu nos fundos de um supermercado em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital.
De acordo com processo consultado no Tribunal de Justiça, o crime de estelionato foi registrado no dia 18 de agosto de 2023. A concessionária de energia verificou um erro de 57% na marcação do consumo de energia do supermercado.
“Ele adulterou o relógio, o que configura estelionato”, declarou o delegado Adriano Jaime.
Durante o interrogatório, o empresário negou que tenha adulterado o medidor. Ele declarou que a diminuição no consumo de energia aconteceu porque e o supermercado ficou três meses sem utilizar a câmara fria.
O g1 fez contato com a defesa do homem e solicitou um posicionamento sobre o caso de estelionado. Não tivemos retorno até a última atualização desta matéria.
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Furto de sandália
De acordo com a Polícia Civil, Daniel foi espancado e queimado nos fundos do supermercado. Depois, ele foi levado em uma pick-up até uma área rural de Hidrolândia.
“A vítima conseguiu se arrastar e pedir ajuda em uma fazenda para um morador que estava próximo”, detalhou o delegado Adriano Jaime.
Em vídeo gravado enquanto ele era socorrido, a vítima contou detalhes sobre o que aconteceu antes de ele morrer (assista abaixo).
Homem que teria sido espancado e queimado contou antes de morrer como foi agredido
O dono do supermercado e três funcionários foram presos. Segundo o delegado Adriano Jaime, eles confessaram o crime à polícia e um dos funcionários foi liberado após a audiência de custódia. Ao g1, o delegado explicou que, com a morte da vítima, eles serão investigados por homicídio qualificado.
O advogado Márcio de Andrade, que representa os suspeitos, disse que lamenta a morte da vítima e que a empresa vai prestar ajuda financeira à família da vítima. Alegou ainda que a vítima foi ao estabelecimento “portando uma faca, praticou o roubo de vários produtos” e que feriu um dos funcionários.
A Polícia Civil informou ao g1 que, até as 8h05 desta quarta-feira (11), não tinha conhecimento sobre essas alegações da defesa e que não há registros dessas informações. No boletim de ocorrência também não consta o que foi alegado pela defesa dos suspeitos.
O advogado Walisson dos Reis Pereira da Silva, que representa a família da vítima, disse que todas as alegações da defesa dos suspeitos são “mentirosas” e que a família não recebeu nenhum tipo de apoio. “Meu cliente não entrou armado com faca, não feriu ninguém (…). A família acredita na Justiça”.
Espancado e queimado
O homem foi espancado com uma barra de ferro e, segundo a polícia, os suspeitos atearam fogo nele com álcool.
“A intenção é clara, foi de matar a pessoa. Ele ainda foi abandonado em um lugar que ele poderia ter morrido”, disse o delegado.
“O morador foi quem acionou a Polícia Militar e o Samu, a vítima ainda estava consciente e contou quem teriam sido os autores. Aos policiais, eles confessaram o crime, mas quando foi lavrado o auto de prisão em flagrante, eles permaneceram em silêncio”, disse o delegado.
Ainda segundo o boletim, o homem já havia sido preso por roubo e usava tornozeleira eletrônica, sendo monitorado desde março deste ano.
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