Milton Andrade Hildebrand, de 62 anos, é suspeito de crime ambiental, na propriedade em Rio Verde (MS). Reincidente no crime de maus-tratos, o suspeito também é investigado por degradação de Área de Preservação Permanente (APP). Proprietário rural de MS é preso após morte de 50 cabeças de gado; 1 mil foram abandonados
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) vai investigar o caso do pecuarista Milton Andrade Hildebrand, de 62 anos, responsável por deixar 50 cabeças de gado agonizarem até a morte e outras mil sem condições de andar, em uma fazenda de Rio Verde (MS). O g1 não identificou a defesa do suspeito, que é reincidente pelo crime de maus-tratos a animais.
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O pecuarista foi notificado para adotar medidas para cessa a situação de maus-tratos aos animais na fazenda. Conforme apurado pelo g1, a propriedade tem capacidade para abrigar mais de 5 mil cabeças de gado.
A notificação foi feita pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente da Comarca de Rio Verde, que também instaurou um inquérito civil. Além de notificar, o MPMS propôs a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta, com o objetivo de solucionar os danos ambientais, por via consensual.
Além dos crimes de maus-tratos contra animais, Hildebrand também é investigado por crime de degradação de Área de Preservação Permanente (APP). Polícia Civil, Polícia Militar e Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) apuram os crimes na propriedade rural.
Crime mais recente
Gado morreu de sede e fome, em fazenda de Mato Grosso do Sul.
PMA/Reprodução
Hildebrand deixou 50 cabeças de gado agonizando até a morte nas margens do rio Taquari, na região conhecida como Tupã, entre Coxim e Rio Verde. Durante vistoria, alguns policiais militares ambientais, socorreram animais que estavam atolados em uma poça de lama e ofereceram água de garrafas térmicas para o gado.
Conforme a polícia, mil animais vivos foram encontrados debilitados e incapazes de se locomover. Após os levantamentos feitos pela PMA, a Iagro e o Ministério Público, o destino dos animais ficará a cargo da Justiça, que pode determinar o sequestro de bens do proprietário ou realizar um leilão.
O ponto mais crítico fica a cerca de 2 horas de barco de Coxim. “Foi encontrado bezerro agonizando, muitos animais vivos morrendo à própria sorte. Eles contaram quase 200 cabeças de gado no trajeto todo, há muito boi morto”, afirmou a funcionária pública Juliana Abdo, que fez a denúncia.
Conforme apurado pelo g1, equipes da Iagro realizaram vistorias na fazenda em Rio Verde. Os animais estão expostos à seca de maneira geral, segundo fontes ligadas à investigação.
Produtor é reincidente por maus-tratos
Animais encontrados na fazenda, em 2021.
Reprodução
Em 8 de dezembro de 2021, uma ONG denunciou Hildebrand por crime ambiental em uma fazenda, em Campo Grande. Com a denúncia, policiais da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat) foram ao local e encontraram cães abandonados, sem alimento e água.
“Todos os animais se encontravam sem acesso à água e comida. Os bichos estavam trancados em um cercado, apresentando extrema magreza. Todos os animais tinham carrapatos”, narra o boletim de ocorrência do caso de 2021.
Na fazenda, também foi encontrado o corpo de um cavalo em avançado estado de decomposição. À época, testemunhas disseram aos policiais que o animal tinha morrido por falta de água e alimentação adequada. Porcos e galinhas também estavam em local insalubre na propriedade.
Equipes da Subsecretaria do Bem-Estar Animal (Subea) resgataram os animais domésticos e alimentaram os outros bichos. No laudo de maus-tratos feito pela pasta, identificaram que a propriedade estava abandonada há vários dias.
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