
Imagem foi registrada em São Bernardo (MA). Batizado de C/2023 A3, cometa estará mais visível nos próximos dias. Passagem do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS) em São Bernardo (MA)
Gerson Ricardo Costa Farias
Um professor e entusiasta da astronomia no Maranhão registrou a passagem de um dos mais aguardados cometas do ano: o C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS), que está se tornando cada vez mais visível no céu noturno.
As imagens foram feitas no dia 28 de setembro, em São Bernardo, na Região Noroeste do Maranhão, onde o professor Gerson Ricardo Costa Farias mora e trabalha na U. I. Ver. Rubenito Silva Couto, como coordenador.
“As fotos foram feitas na escola durante a madrugada, por volta das 4h30. Gosto de eventos astronômicos e umas das atividades que faço na escola é a astrofotografia”, conta o professor, ao g1.
Gerson Ricardo é entusiasta da astronomia e faz registros fotográficos em São Bernardo (MA)
Gerson Ricardo Costa Farias
O C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS) também está sendo chamado de ‘Cometa do Século’ porque provavelmente apenas neste século o ser humano terá as condições mais ideais de visualização a olho nu. Inclusive, quem ainda quiser apreciar o fenômeno terá mais oportunidades nos dias 12, 13 e 14 de outubro, quando o fenômeno poderá ser visto ao pôr do sol.
Visualização do cometa
Os cometas são grandes objetos feitos de poeira e gelo que orbitam o Sol. De acordo com o Observatório Nacional, porém, ainda não é possível garantir com exatidão que o Tsuchinshan–ATLAS será visível a olho nu, já que o brilho de objetos do tipo é difícil de prever.
Veja também: Infográfico mostra como observar passagem do ‘Cometa do Século’ em todo o Brasil
Passagem do C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS) em São Bernardo (MA)
Gerson Ricardo Costa Farias
Isso acontece porque a luminosidade de cometas é algo que oscila, o que torna possível que ele não seja tão brilhante quanto o esperado. Dessa forma, pode ser preciso utilizar equipamentos como telescópios ou binóculos para observá-lo melhor.
Aliado a isso, há a possibilidade de que o cometa possa se desintegrar nessa passagem muito perto do Sol. Como ele é composto por gelo e rochas, a intensa proximidade ao nosso astro pode causar sua fragmentação.
Ainda assim, as chances de ver o cometa são consideradas grandes, se o céu estiver limpo, em qualquer região do Maranhão.
“De preferência, com ajuda de um binóculo, telescópio, ou ainda se colocar a câmera do celular no modo noite ou profissional na hora de fotografar. Não tem erro. É apontar para o lado que o sol se põe e diferenciar das estrelas por conta da calda do cometa. Digo isso porque eu conseguir identificar a olho nu por conta da cauda. (…) Se você estiver em um lugar sem poluição luminosa, você consegue ver a calda dele, um ponto brilhante com uma cauda tênue e esfumaçada” explica Gerson.
Veja outras dicas
Use aplicativos
Para localizar o C/2023 A3 no céu, aplicativos de observação de estrelas para celular como o Star Walk 2 ou o Sky Tonight, podem ser bastante úteis, já que permitem a identificação de diversos objetos astronômicos, além de cometas.
Basta procurar pelo C/2023 A3 na ferramenta de busca desses apps e apontar o celular para o céu perto do melhor horário de observação (que vai variar ao longo dos próximos dias).
Procure no lugar certo
Entre os dias 12 e 14 de outubro, o cometa começa a se tornar visível logo após o pôr do sol, no oeste, perto do horizonte. Perto do dia 13 de outubro, o cometa alcançará seu brilho máximo, potencialmente chegando a uma magnitude de 3,0 ou 2,0 (quanto menor esse número, mais brilhante é o objeto), de acordo com plataformas especializadas de medição.
O C/2023 A3, também conhecido como Tsuchinshan-ATLAS, em imagem feita em 10 de junho de 2024.
Wikimedia
A expectativa é que em torno dessa data seu aparecimento traga um brilho tão intenso como o do cometa Hale-Bopp (a magnitude do Hale-Bopp também foi perto de 3), que passou pela Terra em 1997 e foi um dos mais brilhantes da segunda metade do século XX. Por isso, o apelido de “Cometa do Século”.
“[Sua passagem] vai ser bem brilhante devido à combinação da proximidade da Terra e do Sol, além de efeitos relacionados à geometria da órbita desse cometa, que criarão condições óticas ideais para intensificar seu brilho”, explica ao g1 o astrônomo brasileiro Pedro Bernardinelli, um dos responsáveis por descobrir o maior cometa já registrado na história da astronomia.
“O Hale-Bopp também contou com uma série de condições ideais para aumentar sua visibilidade. Ao que tudo indica, vamos ter sorte novamente”, diz Bernardinelli.
O C/2023 A3 foi descoberto em janeiro de 2023 de forma independente, por dois observatórios, o Observatório de Tsuchinshan (ou Purple Mountain) na China e o projeto ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) no Havaí.
Como observar o ‘Cometa do Século’
Arte/g1