
De acordo com Fábio Baccheretti, casos de Candida auris estão concentrados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, onde foram confirmadas quatro infecções; 27 pessoas aguardam resultados de exames. De acordo com Fábio Baccheretti, casos de Candida auris estão concentrados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
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Quatro casos de infecção pelo superfungo Candida auris foram confirmados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Dois pacientes já tiveram alta, um permanece internado e um quarto infectado morreu, mas o óbito não tem relação com o fungo. Outras 27 pessoas aguardam resultado de exames.
Em entrevista à TV Globo, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, afirmou que a situação está controlada e não há registro de contaminação em outras unidades hospitalares de MG.
“É controlado, não temos outro hospital em Minas Gerais com este fungo. A população em geral pode ficar tranquila, ele não é capaz de infectar pessoas sadias. Nossa preocupação é no paciente frágil, nos hospitais”, disse.
Secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, em entrevista à TV Globo
Reprodução/TV Globo
Segundo o secretário, o primeiro caso confirmado foi de um paciente que ficou internado na Colômbia antes de dar entrada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital mineiro.
“Na Colômbia, esse superfungo é comum nos hospitais de lá, tem muito mais casos do que nós temos aqui no Brasil, e a partir daí nós tivemos a transmissão de outros três pacientes”, explicou.
Ainda conforme Baccheretti, um dos quatro infectados morreu, porém o óbito não tem relação com o fungo. O paciente já estava internado, em estado grave, com uma lesão de coluna causada por um acidente de moto.
“É um fungo resistente que não existia, mas a gente está fazendo todo o processo para que ele acabe nesse ciclo agora e não tenhamos ele mais no João XXIII, e, obviamente, nem em outro hospital mineiro”, completou.
O que é o superfungo e por que ele é considerado uma ameaça à saúde pública
Superfungo
O Candida auris foi identificado pela primeira vez em 2009, no ouvido de uma paciente internada no Japão. Em 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicaram um alerta epidemiológico sobre relatos do microrganismo em serviços de saúde da América Latina, recomendando a adoção de medidas de prevenção e controle.
A primeira confirmação do superfungo no Brasil foi notificada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2020. O paciente infectado estava internado em um hospital de Salvador, na Bahia.
Segundo comunicado emitido pela Anvisa após a notificação do primeiro caso no país, o Candida auris representa uma “séria ameaça à saúde pública”, porque:
tem resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Algumas cepas de Candida auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos;
pode causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas, sendo capaz de levar à morte, principalmente, pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades;
a identificação desse fungo requer métodos laboratoriais específicos, já que a Candida auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras;
pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes;
é propenso a causar surtos devido à dificuldade de identificação por métodos laboratoriais rotineiros e de eliminação do ambiente contaminado.
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