Pesquisadores descobriram que corredores de ônibus da região têm a maior concentração de carbono negro, gás altamente tóxico. Pesquisa da USP analisa poluição do ar em 4 regiões da capital
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo analisou a poluição do ar a que moradores da capital estão expostos no deslocamento em diferentes meios de transporte e em várias regiões da capital paulista.
Os pesquisadores descobriram que os corredores de ônibus na Zona Oeste têm a maior concentração de poluentes, com 10 ug/m3. Logo em seguida, aparecem Zona Norte e Zona Sul, com 8 ug/m3 e, depois, a Zona Leste, com 7 ug/m3.
Pesquisa da USP sobre poluição do ar
Reprodução/TV Globo
A pesquisa rastreou as quatro regiões da cidade e os níveis de emissão de gases poluentes em cada uma delas, como o carbono negro. Trata-se de um poluente altamente tóxico e que é resultado dos gases emitidos na combustão incompleta de combustíveis fósseis. O grupo avaliou a concentração do carbono negro no ar, dentro dos ônibus, carros e no metrô.
Depois dos ônibus, aparecem os interiores de carros como os locais com mais concentração de carbono negro e, depois, o metrô.
“Esse corredor de ônibus fica na faixa da esquerda das avenidas. Quando ele abre essa porta, é muito próximo da via inversa, da via no sentido contrário, que tem também outros ônibus que também estão funcionando ali e emitindo esses poluentes. Então, a nossa hipótese é que isso, de certa forma, acabou ocasionando um aumento dessa poluição dentro desses ônibus”, afirmou Thiago Nogueira, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, que participou da pesquisa.
O docente também disse que os pesquisadores ainda estão medindo a quantidade de carbono negro que a população está respirando. Atualmente, mais de 70% desse carbono negro vêm das queimadas.