Petrobras inaugura Complexo de Energias Boaventura, na Região Metropolitana do RJ


Antigo Comperj ficou marcado como um dos símbolos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Dezesseis anos separam o projeto original do que foi inaugurado nesta sexta-feira (13). A Petrobras inaugurou o Complexo de Energias Boaventura
A Petrobras inaugurou o Complexo de Energias Boaventura, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Mais de uma década – exatos 16 anos – separam o projeto original, que previa um dos maiores polos petroquímicos do mundo, do que foi inaugurado nesta sexta-feira (13) pelo presidente Lula e pela diretoria da Petrobras.
O nome mudou de Comperj para Complexo de Energias Boaventura, uma homenagem às ruínas de um convento franciscano do século XVII. O monumento fica na área da empresa e foi totalmente preservado.
Petrobras inaugura Complexo de Energias Boaventura, na Região Metropolitana do RJ
Reprodução/TV Globo
É apenas a primeira estrutura do complexo, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio: um polo para processamento de gás natural, com capacidade de deixar prontos para o consumo até 21 milhões de m³ de gás por dia.
O gás natural chega lá por um novo gasoduto, o Rota Três, que tem 355 km de extensão e leva o gás extraído do pré-sal, em plataformas das bacias de Santos e Campos, até o Complexo Boaventura. A Petrobras já tinha outros dois gasodutos assim em operação.
O Complexo de Energias Boaventura tem a maior unidade de processamento de gás natural do país. Nesse momento, as operações ainda estão em fase de teste. O gás está chegando aos poucos, em um ritmo mais lento. A liberação para o mercado consumidor acontece em outubro.
Petrobras inaugura Complexo de Energias Boaventura, na Região Metropolitana do RJ
Reprodução/TV Globo
A Petrobras não revelou de quanto foi o investimento nesta etapa do projeto.
A presidente da companhia, Magda Chambriard, disse que a Petrobras também pretende construir duas termelétricas a gás e unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes, a um custo de R$ 13 bilhões, e prevê mais R$ 7 bilhões para melhorias da Reduc, a refinaria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O antigo Comperj, hoje Complexo Boaventura, ficou marcado como um dos símbolos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. As obras do complexo petroquímico começaram em 2008, com investimento previsto de US$ 6,2 bilhões. Houve várias alterações, os custos quadruplicaram, até o cancelamento das obras em 2015.
A obra foi um dos pontos centrais da primeira delação premiada da Lava Jato. Paulo Roberto Costa, ex diretor de Abastecimento da Petrobras, denunciou um esquema de sobrepreço e cartas marcadas nos contratos com grandes empreiteiras. Paulo Roberto foi condenado pela Justiça Federal do Paraná pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas somaram mais de 70 anos. O ex-diretor chegou a devolver quase 80 milhões de reais do que tinha recebido em propinas. Ele morreu em 2022.
Paulo Roberto Costa, ex diretor de Abastecimento da Petrobras
Reprodução/TV Globo
O Tribunal de Contas da União ainda está avaliando os prejuízos no antigo Comperj, mas calcula que podem chegar a R$ 28 bilhões.
Segundo a Petrobras, o complexo inaugurado nesta sexta-feira (13) diminui a nossa dependência da importação de gás natural da Bolívia.
O presidente Lula ressaltou a importância do investimento atual para o projeto de transição energética da empresa.
“Porque o dia que acabar o petróleo, a Petrobras será a maior empresa produtora de biocombustível deste país, a maior de etanol, de hidrogênio verde. A Petrobras é mais que uma indústria de óleo e petróleo, é uma indústria de energia e vai produzir o que for necessário”, afirmou Lula.
Presidente Lula ressaltou a importância do investimento atual para o projeto de transição energética
Reprodução/TV Globo
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