Carnívoro de 4 metros: pesquisadores descobrem espécie nova de crocodilo que viveu há 85 milhões de anos


Fósseis foram encontrados juntos aos do ‘crocodilo caipira’, em 2011, em uma rocha durante obras na rodovia, em Catanduva (SP). Pesquisadores descobrem espécie nova de crocodilo que viveu há 85 milhões de anos em Catanduva (SP)
Guilherme Gehr/Divulgação
Pesquisadores descobriram uma nova espécie de crocodilo carnívora que viveu há 85 milhões de anos em Catanduva, no interior de São Paulo. O estudo foi publicado em uma revista científica internacional, em agosto deste ano.
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Ao g1, o pesquisador e paleontólogo Fabiano Vidoi Iori revelou que os fósseis foram encontrados juntos aos do “crocodilo caipira”, em 2011, em uma rocha removida para construção de uma ponte durante as obras de duplicação da Rodovia Comendador Pedro Monteleone (SP-351).
Infográfico de descoberta de fóssil de crocodilo em Catanduva (SP)
Guilherme Gehr/Divulgação
No início das análises, segundo Fabiano, os pesquisadores achavam se tratar de uma espécie já descrita na literatura. Contudo, o professor Felipe Montefeltro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira (SP), notou singularidades no material.
Os novos materiais se resumem, principalmente, a partes do crânio e mandíbula do animal, considerado uma forma de Notosuchia com rosto alongado diferente o suficiente para ser tido como um novo gênero e espécie, Epoidesuchus tavaresae.
Fósseis – mandíbula (1) e crânio (2) – de crocodilo descoberto em Catanduva (SP)
Fabiano Iori/Divulgação
O nome dá pistas sobre a história do animal: Catanduva é conhecida como “Cidade Feitiço”, e Epoidesuchus pode ser traduzido, do grego antigo, como “crocodilo mágico”. Já tavaresae é uma homenagem à Sandra Tavares, paleontóloga do Museu de Paleontologia de Monte Alto, onde as espécies foram deixadas após sua descoberta.
Na história dos crocodilos, conforme o paleontólogo, um rosto alongado geralmente está associado a hábitos aquáticos. Dessa forma, foi levantada a hipótese de que as espécies estariam em processo de adaptação à ocupação de ambientes aquáticos.
Fóssil de nova espécie de crocodilo descoberta em Catanduva (SP) em preparação
Fabiano Iori/Divulgação
Em parceria com os alunos, começaram o trabalho de descrição morfológica e análise filogenético. O resultado do estudo apontou que a nova espécie era de um crocodilo carnívoro que chegava a quatro metros de comprimento, e viveu no período Cretáceo.
“O noroeste paulista já se provou como uma fonte inesgotável de fósseis de Notosuchia. Além de nos ajudar a conhecer a paleofauna local e suas interações paleoecológicas, o estudo nos ajuda também a conhecer melhor a história evolutiva dos crocodiliformes com sua ampla diversidade que passou pelo planeta”, explicou Fabiano.
Nova espécie de crocodilo foi descoberta durante duplicação de rodovia em Catanduva (SP)
Fabiano Iori/Divulgação
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