Hospital é referencia na realização desse tipo de cirurgia na metrópole. Transplantes de rim e córnea são os mais frequentes. HC da Unicamp
Reprodução/EPTV
O Hospital das Clínicas da Unicamp, referência na realização de transplantes de órgãos e tecidos na região de Campinas (SP), realizou 3.832 transplantações ao longo de 10 anos. O número representa uma média de 383 procedimentos por ano ou pouco mais de um por dia até 2023.
Somente entre 2022 e 2023, foram 740 transplantes na unidade. O dado indica um aumento de 22,9% em comparação aos realizados em 2020 e 2021 – durante a pandemia da Covid-19, quando cirurgias eletivas foram adiadas.
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💚 No mês em que é celebrado o Setembro Verde, campanha de incentivo à doação de órgãos, o g1 destaca números do procedimento na metrópole. Confira:
A unidade atende pacientes à espera de medula óssea, rim, fígado, córnea e coração;
Os transplantes de rim são os mais frequentes, com 1.466 procedimentos, seguidos pelos de córnea, com 1.201;
Entre 2013 e 2023, os transplantes de fígado e medula óssea somaram 554 procedimentos cada;
O menos comum, de coração, registrou 57 cirurgias em uma década.
O ano de 2017 foi o que registrou mais transplantes, com 485. Destes, 218 eram de fígado. Na sequência, estão os anos de 2019, com 395, e 2022, com 390. Já o menor índice foi de 2014, com 281.
Em 2023, o hospital referência da metrópole fez 40 procedimentos a menos que no ano anterior, mas o total ainda ficou dentro das variações anuais.
Fila extensa
De acordo com dados cedido pela Associação Brasileira de Transplantes, as maiores filas no Estado de São Paulo são para o recebimento de rim, com 18.067 pessoas, seguido por córnea com 4.841, e fígado com 494.
A fila de espera é gerida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é única — incluindo pacientes da rede pública e privada. A ordem é cronológica, mas leva em conta o estado de saúde do paciente. Por estar em constante aumento, no momento há cerca de 24 mil pacientes somente no estado de São Paulo.
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Como ser um doador
Antes de tudo, é necessário comunicar os familiares sobre o desejo de doar, seja no caso da doação em vida ou após o falecimento.
Os doadores vivos podem doar um órgão desde que não prejudique a própria saúde. Somente parentes até o quarto grau podem ser doadores vivos. Fora do parentesco é necessária uma autorização judicial.
Pessoas vivas podem doar:
Um dos rins
Parte do fígado
Parte da medula óssea
Parte do pulmão
No caso dos doadores falecidos – confirmada a morte encefálica – a família será a responsável por autorizar a doação. Os órgãos serão encaminhados para pacientes que aguardam na lista única, controlada pelo Ministério da Saúde. Ano passado, cerca de 50% das famílias negaram a doação.
Vontade registrada em cartório
Para estimular a doação de órgãos, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Colégio Notarial do Brasil (CNB), lançou a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo), que é uma forma eletrônica e gratuita de autorizar a doação dos órgãos, tecidos e partes do corpo.
A Aedo tem o papel de facilitar e desburocratizar a manifestação de vontade de ser um doador de órgãos. Basta preencher um formulário pelo aplicativo de celular e-Notariado ou por meio do site aedo.org.br.
A partir do preenchimento do formulário, o tabelião agenda uma videoconferência com a pessoa interessada e confirma a manifestação de vontade de se tornar doadora. Ambos assinam digitalmente a Aedo, que vai para um banco de dados.
Após o falecimento de um doador, o sistema é notificado e médicos credenciados podem ter acesso à informação. O procedimento não substitui a decisão da família, mas tem o objetivo de conscientizá-la sobre o desejo do ente querido.
*Sob supervisão de Yasmin Castro.
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