Artista que fazia apresentação nu e foi interrompido pela PMDF deve ser indenizado em R$ 8,5 mil


Caso aconteceu em 2017; paranaense Maikon Kempinski fazia performance dentro de bolha inflável quando foi abordado pelos policiais. Justiça concluiu que artista não cometeu crime e considerou que houve abuso das autoridades. Artista paranaense Maikon Kempinski faz performance “DNA de Dan” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Faetusa Tezelli/Divulgação
O Governo do Distrito Federal (GDF) deve indenizar em R$ 8,5 mil o artista que fazia uma apresentação nu e foi interrompido por policiais militares. O caso aconteceu em 2017 na Praça do Museu da República, em Brasília.
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O paranaense Maikon Kempinski fazia uma performance dentro de uma bolha inflável quando foi abordado pelos policiais. Os militares mandaram ele se vestir, e afirmaram que a apresentação era “exposição do corpo, e que “era proibido” (veja vídeo abaixo). A interrupção aconteceu nos primeiros 30 minutos de apresentação, que deveria ter duração de 4 horas.
Vídeo mostra discussão entre artista e PM em frente ao Museu Nacional
À época, a Polícia Militar afirmou em nota que a produção da apresentação “não adotou os cuidados necessários para que a classificação indicativa de 16 anos fosse respeitada”. No entanto, o Sesc, responsável pelo evento, disse que tinha a autorização do Museu da República e que tomou todas as providências para informar a indicação da obra.
O juiz do caso disse ainda que “embora pudesse haver falhas” na sinalização e no isolamento do evento promovido pelo Sesc, “isso não exime o estado da responsabilidade pelos excessos cometidos pela polícia”.
No dia da apresentação, o cenário da performance foi destruído e o artista foi levado pelos policiais.
“Houve uma censura com violência de um sujeito específico que interrompeu e que ninguém sabe o nome. Ele rasgou a bolha, me botou num camburão com duas motos de sirene ligada”, disse Maikon Kempinski para o g1, à época.
No processo do caso, o GDF afirmou que a ação policial “foi justificada devido à suposta prática de ato obsceno”. No entanto, o processo também diz que Maikon Kempinski sofreu ofensas verbais durante a abordagem.
📌O juiz concluiu que o artista não cometeu crime e considerou que houve abuso por parte dos policiais.
Maikon Kempinski voltou a Brasília menos de dois meses depois para apresentar a performance, no mesmo local, durante o festival Cena Contemporânea.
Artista paranaense Maikon Kempinski encena a performance “DNA de Dan”
VictorTakayama/Divulgação
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