Ciclista dá água a tatu em área de vegetação atingida por queimada no interior de SP; vídeo


Eranildo Martins Gomes, morador de Várzea Paulista (SP), encontrou o animal enquanto caminhava pela área destruída pelo fogo às margens da Rodovia Edgard Máximo Zambotto. Morador dá água para tatu encontrado em queimada às margens de rodovia
Um morador de Várzea Paulista (SP) foi surpreendido por um tatu enquanto andava de bicicleta em uma área de vegetação às margens da Rodovia Edgard Máximo Zambotto (SP-354), entre as cidades de Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista (SP), que foi atingida por um incêndio.
📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp
No vídeo gravado por Eranildo Martins Gomes, é possível ver quando o ciclista, que caminhava pela área destruída pelo fogo, encontra um tatu. O homem usa uma garrafa de água para molhar o corpo do animal e oferece para que ele beba (assista acima).
“Essa é para quem pôs fogo na mata, ver isso aqui agora. Bichinho morrendo de sede e de fome. Perdido, sem lar. Pelo menos a sede dessa aqui eu matei”, comenta o ciclista na gravação.
Ciclista deu água ao animal que estava em área de vegetação atingida por queimada
Eranildo Martins Gomes/Arquivo Pessoal
Segundo apurado pela TV TEM, a área onde o tatu foi encontrado é próxima à Serra do Mursa, que foi atingida por um incêndio de grandes proporções que mobilizou equipes durante cinco dias. O vídeo foi gravado no dia 7 de setembro.
Morro da Serra do Mursa antes e depois do incêndio
Rafael Pú/Arquivo Pessoal
Segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo, a queimada na Serra da Mursa, entre Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista (SP), foi extinguida neste domingo (15). Foram mais de 100 horas para combater a as chamas, que começaram na quarta-feira (11).
Um posto de comando monitora a situação no local, que está em fase de rescaldo, necessário para apagar todos os focos remanescentes que possam reacender as chamas.
Ainda não há informações sobre como o incêndio começou, mas a suspeita é de que tenha sido criminoso.
A chuva que atingiu a região da Serra do Mursa na noite deste domingo, ajuda a impedir novos focos de incêndio. Na manhã desta segunda-feira (16), a fumaça ainda saía do pico da serra. Conforme a TV TEM, equipes permanecem fazendo o trabalho de rescaldo no local para evitar que o incêndio recomece.
Fogo na Serra do Mursa é extinto após cinco dias de combate
Vítimas das queimadas
Além do tatu, outros diversos animais sofrem com as queimadas que atingem o interior de São Paulo. Em Andradina (SP), uma anta morreu depois de ficar gravemente ferida durante um incêndio em um canavial.
Segundo os veterinários da Associação Mata Ciliar de Jundiaí (SP), para onde ela foi encaminhada, a fêmea estava no início de uma gestação. Segundo o coordenador de comunicação da associação, Samuel de Oliveira, a situação do animal era “extremamente crítica pela gravidade das queimaduras”.
“O animal ficou com o corpo completamente queimado, sem pelo, com várias lesões, principalmente nas patas”, comentou.
Anta ferida em queimada é levada para ONG em Jundiaí
Mata Ciliar/Divulgação
E em Braúna (SP), um tamanduá-bandeira, resgatado com queimaduras no sábado (14), na zona rural, morreu neste domingo (15). O animal foi localizado na região da Aldeia Indígena de Icatu com ferimentos no corpo e nas patas.
Durante a operação “São Paulo Sem Fogo”, os policiais ambientais capturam o tamanduá que foi mais uma vítima dos incêndios na região noroeste de São Paulo. Em seguida, o animal foi encaminhado à Associação Mata Ciliar de Araçatuba (SP), especializada em tratamento de bichos queimados. Apesar dos esforços da equipe veterinária, o tamanduá não resistiu aos ferimentos.
Tamanduá-bandeira morre por conta de queimaduras provocadas por incêndio em Braúna (SP)
Resgate na Serra do Mursa
Na quinta-feira (12), o helicóptero Águia resgatou três voluntários em um dos picos que fica entre Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Um vídeo registrou o momento do resgate.
Vídeo mostra resgate de três voluntários em queimada próximo à Serra do Mursa
Conforme a SSP, as três pessoas prestavam apoio voluntário à equipe do 19º Grupamento de Bombeiros de Jundiaí, que combatia o incêndio na serra. O trio ficou sem rota de fuga e precisou ser resgatado pela aeronave.
Além disso, no sábado (14), a aeronave sobrevoou a área de mata por cerca de oito horas e lançou cerca de 54 mil litros de água para ajudar a controlar o fogo. O equipamento usado nessa tarefa é o “Bambi Bucket”, um tanque capaz de carregar até 500 litros de água por vez.
Bambi Bucket é o equipamento usado para transportar a água que é despejada nos incêndios
Secretaria de Segurança Pública/Divulgação
Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí
VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
Adicionar aos favoritos o Link permanente.