Equipamento de comunicação móvel antecedeu os celulares e foi muito popular durante as décadas de 1980 e 1990. No Brasil, eles ficaram conhecidos como “bipes”. Homem mostra como ficou pager após explosão
Telegram/Reprodução
Dezenas de pagers dos integrantes do grupo armado Hezbollah explodiram nesta terça-feira (17) deixando mortos e feridos no Líbano. De acordo com a Al Jazeera, esses dispositivos de envio de mensagens foram invadidos e hackeados.
Os pagers foram um meio de comunicação móvel desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960 que se popularizou durante as décadas de 1980 e 1990, antes do crescimento do uso de celulares. No Brasil, eles ficaram conhecidos como “bipes”.
Pager (bipe) usado no Brasil na década de 1990
Wikimedia Commons
Esses equipamentos utilizavam transmissões de rádio para que as pessoas pudessem enviar e receber mensagens. Cada pager possuía um código – semelhante a um número de telefone.
Mas essa comunicação não era feita de forma direta, como enviar um WhatsApp ou um SMS.
Para se comunicar com alguém, a pessoa precisava ligar para uma central telefônica e informar a um atendente para qual número ela gostaria de enviar uma mensagem. O conteúdo deveria ser curto.
Feito isso, a mensagem aparecia na tela do pager do destinatário.
Pagers do Hezbollah
Não há informações sobre qual é a tecnologia dos pagers utilizados pelo Hezbollah.
O que se sabe é que eles passaram a ser usados depois que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu a seus combatentes, especialmente os que estão na linha de frente na fronteira sul do Líbano com Israel, que parassem de usar smartphones, porque o país vizinho teria a tecnologia para se infiltrar nos aparelhos.
Após o incidente desta terça, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem os dispositivos fora imediatamente, segundo a agência de notícias estatal do Irã Irna.
O que aconteceu nesta terça-feira
A explosão dos pagers matou três pessoas e deixou mais de 2 mil feridas.
Segundo a Agência Nacional de Notícias estatal do Líbano, os primeiros incidentes ocorreram nos subúrbios ao sul de Beirute, capital do país, um reduto do grupo armado apoiado pelo Irã, e depois seguiram em várias outras regiões.
À agência de notícias Associated Press, um oficial do Hezbollah disse que o grupo acredita que as explosões foram um ataque israelense. As Forças Armadas de Israel ainda não comentaram as acusações.
De acordo com um canal israelense, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, deu ordens a seus ministros para não falarem sobre o que aconteceu no Líbano. Além disso, chefes de cidades e assentamentos no norte do país teriam sido notificados pelo Comando da Frente Interna sobre a possibilidade de uma escalada nos conflitos.