Área destruída por queimadas triplica e equivale a 10,9 mil campos de futebol em 2024 na região de Campinas


Considerando somente a metrópole, alta entre janeiro e agosto de 2019 e 2024 foi de 301,78%, passando de 281 para 1.129 hectares afetados. A área afetada por queimadas nos 31 municípios na área de cobertura do g1 Campinas triplicou em seis anos e, entre janeiro e agosto de 2024, foi equivalente a 10.982 campos de futebol, segundo um levantamento da organização MapBiomas Brasil.
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🤔 Como foi feito esse cálculo? Para fazer a comparação, o total de áreas destruídas nos municípios, de 8.156 hectares (ou 81.560.000 m²), foi divido pela área média de um campo de futebol, que é de 7.425 m².
Considerando somente a metrópole, a alta entre janeiro e agosto de 2019 e 2024 foi de 301,78%, passando de 281 para 1.129 hectares afetados no período. Quando o assunto são porcentagens, a alta mais significativa foi registrada em Serra Negra (SP), de 2.172,73%.
Em Itapira (SP), onde o aumento percentual foi de 350,22% no período, a área consumida pelo fogo neste ano totalizou 1.004 hectares, total 11,07% menor do que o registrado em toda a cidade de Campinas (SP). Veja os dados separados por município abaixo.

Impactos ambientais
Para a ambientalista Ângela Podolsky, a destruição de áreas verdes preocupa porque afeta “um patrimônio completo de fauna e flora”. Além disso, matas atingidas por incêndios têm efeitos em todo o ecossistema.
“A água depende das florestas, os animais silvestres produzem floresta, porque a floresta não vive sem o plantio dos pequenos roedores, das aves, então é um sistema interconectado e interligado. Se você perde a floresta, vai perder o animal silvestre que planta florestas e, consequentemente, vai perder a água. […] Uma floresta permite que a água absorva e reabasteça os mananciais. A vida depende de fragmentos florestais remanescentes”, explicou.
⌛ Podolsky ressalta que, apesar de possível, a reconstrução de fragmentos florestais pode levar séculos – e a humanidade pode não ter esse tempo. “Estamos vivendo um momento de enfrentamento de mudanças climáticas que está acelerando o impacto das queimadas, das enchentes, então a gente tem que conservar o que temos de natureza e reproduzir”.
Queimada em Campinas
Reprodução/EPTV
Histórico
O incêndio que atingiu uma extensa área de preservação ambiental na Serra das Cabras, em Campinas, consumiu uma área de 120 hectares. A informação foi confirmada pela Defesa Civil após um sobrevoo de drone no local.
O trecho afetado na metrópole corresponde a metade da Mata Santa Genebra, que tem 251,77 hectares. O incêndio também atingiu chegou a terrenos em Morungaba (SP) e Itatiba (SP).
Já em Santo Antônio de Posse (SP), um incêndio que durou três dias atingiu pelo menos 12 propriedades na área rural. Moradores se mobilizaram para enfrentar as chamas em uma área de mata preservada. A estimativa é que o estrago tenha atingido 300 hectares.
Em Amparo (SP), o Corpo de Bombeiros foi mobilizado para combate a um incêndio de grande proporção em uma área de mata localizada no bairro Córrego Vermelho, na região do Boa Vereda.
As equipes afirmaram estar com dificuldades para controlar os focos, pelo alto número de ocorrências e a rapidez que as chamas estão se alastrando. Havia presença de muita fumaça na região.
Incêndio atingiu uma extensa área de vegetação próxima ao Pico das Cabras, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (SP)
DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
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