
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,21%, cotada em R$ 6,0558. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,72%, aos 126.139 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar abriu em leve baixa nesta quarta-feira (4) com investidores à espera de novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que pode trazer mais pistas sobre como anda a economia e guiar o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em suas decisões de política monetária.
No Brasil, o destaque fica com novos números da indústria, enquanto o mercado ainda repercute o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta terça (3).
Também no cenário interno, uma pesquisa da Quaest com agentes do mercado financeiro mostram que a reprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 90%.
A avaliação vem uma semana depois do anúncio do pacote de corte de gastos, que prevê uma economia de R$ 70 bilhões até 2026 — mas que foi divulgado junto a uma proposta de isentar pessoas que ganham até R$ 5 mil do pagamento do imposto de renda, o que pode impactar ainda mais as despesas do governo.
Segundo a pesquisa, 58% dos agentes do mercado acham pacote de corte de gastos nada satisfatório e 42%, pouco satisfatório.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h02, o dólar caía 0,10%, cotado a R$ 6,0499. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda caiu 0,21%, cotada a R$ 6,0558.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,92% na semana;
ganho de 0,92% no mês;
alta de 24,80% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,72%, aos 126.139 pontos.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 0,38% na semana;
alta de 0,38% no mês;
recuo de 6,00% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
Enquanto aguarda a divulgação de novos dados, o mercado segue repercutindo o resultado do PIB do 3° trimestre. O indicador cresceu 0,9% no período em relação aos três meses imediatamente anteriores, segundo dados do IBGE, em linha com o esperado pelo mercado.
Apesar de representar o 13º resultado positivo seguido do indicador em bases trimestrais, o resultado ainda representa uma desaceleração em relação aos meses de abril a junho deste ano, quando a atividade registrou alta de 1,4%.
Neste 3º trimestre, a Indústria (0,6%) e o setor de Serviços (0,9%) tiveram altas importantes e compensaram a queda de 0,9% da Agropecuária.
Pelo lado da demanda, todos os itens cresceram. O Consumo das famílias cresceu 1,5%, e o Consumo do governo subiram 0,8%, enquanto os Investimentos tiveram ganho de 2,1% neste trimestre.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, os dados “são positivos e indicam revisões para cima nas projeções de crescimento, que ainda não refletiam um avanço de 3% ou mais”.
Esse cenário, no entanto, deve contribuir para uma maior pressão da inflação no país e, consequentemente, juros também em patamares mais restritivos.
“Com a revisão do crescimento do PIB de 2023 de 2,9% para 3,2%, o Brasil demonstra um avanço acima de sua média estrutural, o que pode levar o Banco Central a manter condições monetárias mais restritivas no curto prazo”, afirma Cruz.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, compartilha do mesmo ponto de vista e explica: “embora positivo, para mantermos esse ritmo de crescimento de maneira sustentável é necessário que o país tenha ganhos de produtividade, o que não estamos vendo por ora. Esse cenário leva a um aquecimento da economia para além da sua capacidade (hiato positivo) e torna o controle de preços mais desafiador”.