Nas redes sociais, a Aty Guasu, disse que equipes da Tropa de Choque atacaram a área de “retomada”, na Fazenda Barra. A morte foi confirmada pelo Coordenador Regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas em Iguatemi Paulo Pereira da Silva. Indígena é morto a tiros durante confronto com a polícia em Antônio João
Um indígena, foi morto a tiros em novo confronto com policiais militares no Território Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João, fronteira com o Paraguai. A morte foi confirmada pelo Coordenador Regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em Iguatemi (MS), Paulo Pereira da Silva. Veja o vídeo acima.
Nas redes sociais, a Aty Guasu (Grande Assembleia Guarani-Kaiowá), disse que equipes da Tropa de Choque atacaram a área de “retomada”, na Fazenda Barra, ocasionando a morte do indígena.
Em um vídeo encaminhado ao g1, é possível ver indígenas correndo pelo local, em meio a fumaça causada por bombas para dispersão. De acordo com os policiais, os indígenas teriam atacado os agentes, que reagiram.
Em nota a Funai, relatou que acompanha o caso e que solicitou providências urgentes sobre a atuação da polícia na área. Veja a nota na íntegra:
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) manifesta seu profundo pesar e indignação diante dos violentos ataques sofridos pela comunidade Guarani na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João (MS). Na manhã de hoje (18), um indígena foi brutalmente assassinado com um tiro na cabeça, conforme informações confirmadas pela unidade da Funai em Ponta Porã. A Funai informa que já acionou a Procuradoria Federal Especializada (PFE) para adotar todas as medidas legais cabíveis e está comprometida em garantir que essa violência cesse imediatamente e que os responsáveis por esses crimes sejam rigorosamente punidos. O conflito também tem sido monitorado por meio da Coordenação Regional em Ponta Porã (CR-PP). O órgão indigenista já se reuniu com o juiz responsável pelo caso, solicitando providências urgentes sobre a atuação da polícia na área. Em diálogo com a Secretária de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, a instituição reafirmou a orientação de que não deve haver qualquer medida possessória contra os indígenas da Terra Indígena Nhanderu Marangatu. Na última terça-feira (17), a Funai realizou uma reunião com diversas instâncias, incluindo a CR-PP, a Diretoria de Proteção Territorial (DPT), a Coordenação-Geral de Identificação e Delimitação (CGID), a Procuradoria Federal Especializada junto à Funai, a Consultoria Jurídica do Ministério dos Povos Indígenas (Conjur MPI) e a Procuradoria-Geral Federal (PGF). Na oportunidade, foram definidos encaminhamentos urgentes, como a solicitação da presença constante da Força Nacional na área. Diante da gravidade dos fatos, a Fundação está preparando nova atuação perante o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), a fim de se garantir a proteção da comunidade indígena. A Fundação reitera que tais atos são inaceitáveis e que está mobilizando todos os esforços para salvaguardar os direitos e a segurança dos povos indígenas da região. A Funai segue firme no compromisso de garantir os direitos e a segurança dos povos indígenas, reafirmando a urgência de medidas para interromper a violência e proteger a Terra Indígena Nhanderu Marangatu.
Tensão
Conflito entre a Polícia Militar e indígenas em Antônio João.
Polícia Militar
Na última quinta-feira (12), pelo menos dois indígenas da comunidade Nhanderu Marangatu foram feridos durante um confronto com policiais militares.
Segundo o tenente-coronel Edson Guardiano, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (responsável por Antônio João, Ponta Porã e Aral Moreira), o conflito ocorreu quando policiais militares impediram um grupo de 20 indígenas de entrar e ocupar a sede da propriedade privada, que fica na fronteira com o Paraguai.
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