Será que o mercado está saturado para quem faz graduação em Direito?


Explorando as novas oportunidades de carreira no Direito em um cenário cada vez mais tecnológico. A graduação em Direito é uma das mais tradicionais no Brasil, atraindo milhares de estudantes todos os anos. No entanto, com o crescente número de profissionais no mercado e a evolução tecnológica, especialmente com a implementação da inteligência artificial (IA) em diversas áreas, muitos se perguntam se o mercado jurídico está saturado.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem mais de 1,2 milhão de advogados registrados na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Esse número expressivo levanta a questão: será que há espaço para todos? Para o advogado e professor Pertusati, coordenador do curso de Direito do UniOpet, a resposta não é simples. “O mercado jurídico está em constante transformação. Embora o número de profissionais seja alto, há sempre demanda por especialistas em áreas específicas. O desafio está em se destacar em um ambiente cada vez mais competitivo”, afirma.
O crescimento da população e a complexidade das legislações também contribuem para a expansão das oportunidades na área. O professor destaca que, além do exercício da advocacia, há inúmeras outras carreiras possíveis para quem se forma em Direito, como magistratura, promotoria, defensoria pública, além de posições em empresas e organizações não governamentais.
Passado, presente e futuro: uma profissão em evolução
Historicamente, a profissão de advogado é vista como uma carreira estável e respeitável. No entanto, o mercado passou por grandes mudanças ao longo das últimas décadas. Com o aumento no número de faculdades de Direito e a popularização da formação jurídica, a competição se intensificou.
Nos últimos anos, o uso da tecnologia e a digitalização dos processos judiciais têm transformado o dia a dia dos profissionais. Ferramentas como o Processo Judicial Eletrônico (PJe) facilitaram o acesso à informação e tornaram os procedimentos mais ágeis. Contudo, com a chegada da IA, o cenário pode mudar ainda mais.
Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 70% dos advogados acreditam que a IA terá um impacto relevante na profissão nos próximos 10 anos. “A inteligência artificial já é uma realidade em áreas como a análise de contratos e a pesquisa jurisprudencial. Isso não elimina a necessidade do advogado, mas exige uma adaptação por parte dos profissionais”, explica Dirceu.
Inteligência artificial: ameaça ou oportunidade?
Com a IA sendo cada vez mais utilizada no mercado jurídico, há uma preocupação crescente sobre a substituição dos profissionais humanos por máquinas. Contudo, o especialista acredita que a IA não substituirá advogados, mas sim modificará a maneira como o trabalho é realizado.
“Os advogados precisarão desenvolver novas habilidades, como a capacidade de interpretar os dados gerados pela IA e de utilizá-los de forma estratégica”, aponta. Um estudo da McKinsey & Company revelou que cerca de 23% das atividades realizadas por advogados poderiam ser automatizadas. Isso inclui tarefas repetitivas e burocráticas, permitindo que os profissionais se concentrem em aspectos mais complexos e estratégicos do trabalho.
Dirceu acredita que a IA pode, na verdade, abrir novas oportunidades no mercado. “Aqueles que souberem utilizar a tecnologia a seu favor terão uma vantagem competitiva. O mercado não está saturado para quem se adapta e busca continuamente o aprimoramento profissional”, afirma.
Como será a carreira dos futuros advogados?
O futuro do Direito está diretamente ligado à capacidade dos profissionais de se adaptarem às mudanças tecnológicas e de se especializarem em nichos específicos. Áreas como o Direito Digital, a Proteção de Dados e a Compliance estão em ascensão e demandam profissionais qualificados e atualizados.
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L) indica que o Brasil é um dos países com maior número de startups jurídicas no mundo, com mais de 200 empresas atuando na inovação do setor. Isso mostra que o mercado está longe de estar saturado, mas sim em transformação.
O especialista reforça a importância da educação continuada. “O curso de Direito do UniOpet tem se atualizado para preparar os alunos para esse novo mercado. Oferecemos disciplinas voltadas para a inovação jurídica e a tecnologia, além de incentivar a participação em eventos e workshops sobre o tema”, comenta.
Além disso, o coordenador destaca que as habilidades interpessoais continuarão a ser fundamentais. “A empatia, a capacidade de negociação e a ética são atributos que nenhuma máquina pode substituir. O advogado do futuro será aquele que consegue aliar tecnologia e humanismo em sua prática”, conclui.
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