Debate desta quarta (18) foi promovido pela Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe). Primeiro debate com candidatos à prefeitura do Recife
Reprodução/YouTube
Sete candidatos à prefeitura do Recife participaram, na tarde desta quarta-feira (18), do primeiro debate da disputa municipal, que acontece em outubro. O encontro foi realizado pela Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), no campus Recife da universidade, na Zona Oeste.
O prefeito João Campos (PSB), candidato à reeleição, faltou. Estiveram presentes Dani Portela (PSOL), Daniel Coelho (PSD), Gilson Machado (PL), Ludmila (UP), Simone Fontana (PSTU), Tecio Teles (Novo) e Victor Assis (PCO).
O debate foi marcado por críticas à direita e à esquerda, e, em diversos momentos, candidatos tiveram as falas interrompidas por causa de vaias da plateia, inclusive em várias vezes em que o atual prefeito, que faltou, era mencionado. Houve, também, pedidos de direito de resposta, e um deles foi concedido a Tecio Teles.
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A mediação foi feita pelo professor Ricardo Oliveira, diretor da Adufepe. O debate foi dividido da seguinte maneira:
Primeiro bloco: Cada candidato teve dois minutos para se apresentar aos eleitores;
Segundo bloco: Os candidatos fizeram perguntas entre si, com direito a réplica e tréplica;
Terceiro bloco: A plateia fez perguntas, e candidatos puderam comentar as respostas uns dos outros;
Quarto bloco: Os candidatos responderam a perguntas da Adufepe.
Considerações finais.
Primeiro bloco
No primeiro bloco, os candidatos tiveram dois minutos para se apresentar, e muitos deles aproveitaram o tempo para criticar a gestão do prefeito João Campos e reclamar de “censura” devido a decisões judiciais que retiraram do ar propagandas de Daniel Coelho e de Gilson Machado.
Primeiro a falar, Daniel Coelho disse que era “inexplicável Recife ser a única capital do Brasil que não teve debates até esse momento” e afirmou que João Campos faltou ao debate porque não quer se explicar sobre o que chamou de “máfia das creches” e disse que existia uma “censura” sobre o caso.
Na sequência, Ludimila destacou que é enfermeira e mãe e disse que sua candidatura não é por interesses pessoais, mas sim para “modificar essa sociedade que a gente vive, uma sociedade desigual”, destacou.
Terceira a falar, Dani Portela se apresentou como “mulher negra de pele clara” e disse que o debate fortalecia a democracia e que era importante por acontecer “dentro de uma universidade pública, lembrando que nós passamos por quatro anos de ataque e desmonte das universidades”, destacou.
Falando em seguida, Tecio Teles disse que sua candidatura era de oposição e no campo de uma “direita lúcida, sem loucuras, capaz de apresentar propostas, um diagnóstico da cidade e, sobretudo, apresentar soluções”, disse.
Gilson Machado reclamou da ausência de João Campos e disse que foi silenciado pela Justiça Eleitoral, após perder maior parte de seus guia eleitoral e inserções. “Recife hoje é a capital da intolerância política (…). Tiraram meu guia do ar porque estou falando a verdade”, protestou e disse que “vai continuar falando” com ajuda da internet.
Simone Fontana agradeceu pela oportunidade de participar do debate e ressaltou que seu partido não tem direito a guia eleitoral e, segundo ela, isso seria “a falta de democracia que são as eleições burguesas”, pontuou.
Último a se apresentar, Victor Assis criticou o Tribunal Superior Eleitoral, na figura dos ministros Alexandre de Moraes e Carmem Lúcia. “Até agora o PCO não recebeu seu fundo eleitoral em uma sabotagem da ministra Carmem Lúcia para evitar que o partido possa fazer campanha”, disse.
Segundo, terceiro e quarto blocos
No segundo bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si, com um sorteio no início. Entre os temas das perguntas estiveram habitação, saúde, armamento da Guarda Municipal, privatização da saúde e críticas aos espectros à direita e à esquerda da política. O candidato à reeleição pelo PSB, prefeito João Campos, voltou a ser atacado pelos demais candidatos.
Gilson Machado seguiu com as críticas à decisão que retirou parte do seu tempo do guia eleitoral e de inserções, e disse que foi vítima de “censura prévia”. Daniel Coelho, que também foi alvo de decisões judiciais, expressou repúdio ao que chamou de censura e afirmou que é “inaceitável” não poder falar de denúncias creches na televisão.
No terceiro bloco, os candidatos puderam responder a perguntas da plateia e, em seguida, um outro candidato podia comentar a resposta dada. Os temas debatidos foram: turismo, participação popular na construção de políticas públicas, revitalização do Centro do Recife, meio ambiente e segurança.
O candidato Victor Assis aproveitou o tempo de comentário sobre a resposta da candidata Ludmila para criticar o pedido de direito de resposta de Tecio Teles e disse que “chumbo trocado não doi”.
Em outro momento, Tecio Teles provocou Gilson Machado sobre uma fala feita pelo candidato do PL dizendo que, se fosse eleito, teria ajuda do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. “Como ele vai fazer isso tecnicamente?”, questionou Teles.
Gilson Machado, em resposta, desaprovou a provocação e destacou que o candidato do Novo “não consegue alcançar a importância de uma parceria internacional” e acusou o adversário de tentar “descredenciar porque eu sou sanfoneiro”.
No quarto bloco, os candidatos responderam uma pergunta da Adufepe sobre como pretendem articular políticas públicas integradas aos outros municípios da Região Metropolitana.
[Esta reportagem está em atualização]
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