A programação estava encerrada, mas, hoje, o Theatro Municipal abriu as portas. No elegante salão de entrada, o foyer, o público pôde estar perto de Ney Latorraca pela última vez. Corpo de Ney Latorraca é cremado no Rio após homenagens de colegas e fãs
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O corpo de Ney Latorraca foi cremado hoje, no Rio, numa cerimônia só para a família. Antes disso, colegas e fãs puderam prestar homenagens ao ator.
A programação estava encerrada, mas, hoje, o Theatro Municipal abriu as portas. Que outra casa poderia acomodar uma estrela de tamanha grandeza?
No elegante salão de entrada, o foyer, o público pôde estar perto de Ney Latorraca pela última vez.
“Engraçado, ele era assim, fazia um papel às vezes muito simples, mas, atrás daqueles simples, ele era muito engraçado”, diz Zeolina dos Santos, ajudante de cozinha
“E hoje a gente veio aqui se despedir dele para que ele vá em paz. Uma maneira de agradecer o legado dele. Muito obrigado, Ney”, diz Vinícius Mérida, professor
A família chegou com o fardão grená da Academia Brasileira de Cultura. Emocionado, o ator Edi Botelho falou das parcerias no trabalho e no casamento.
“História linda, imagina, 30 anos… Pra ficar casado 30 anos é porque a gente se dava muito bem, né? A gente se amava muito. Esse amor é o que vai ficar pra sempre.”
Para os colegas de cena, Ney Latorraca foi um parceiro constante: sempre generoso, companheiro, e incrivelmente engraçado.
“Ele foi meu primeiro par romântico numa minissérie chamada Rabo de Saia, onde eu não sabia nem falar, nem andar. Sua generosidade, seu olhar cúmplice me impulsionaram, me acalmaram, e foram uma das molas-mestras da minha vida profissional”, diz a atriz Lucinha Lins.
“Fizemos um trabalho especial chamado Alexandre e Outros Heróis. Eu me lembro que tinha muitos sapos no rio São Francisco e ele dava nomes pros sapos: Nanini, Marília Pêra, Maria Padilha. Essa referência dele é o que fica.”, lembra Marcelo Serrado.
Parceiros que não puderam estar presentes, como Marco Nanini, mandaram flores e mensagens.
Uma da tarde, os portões foram fechados, mas o público permaneceu na escadaria do Theatro Municipal, à espera da saída do corpo de Ney Latorraca.
São os últimos movimentos do último ato daquele que foi um dos maiores atores brasileiros.
Lá dentro um grande elenco reunido para a homenagem final. O corpo de Ney Latorraca deixou o Municipal logo em seguida. Na saída do teatro, dois ilustres amigos, carregados de boas lembranças e muitas saudades.
“A vida toda foi essa pessoa que nós conhecemos e que nós, colegas, conhecemos. É mais um que vai. E nós estamos cada vez ficando mais pobres”, diz Othon Bastos.
“Com certeza o Ney está vendo isso, o grande espetáculo na sua partida. Ney era esse artista que gostava de multidão, de aplausos… Esse é o Ney!”, diz Antônio Pitanga.
