Medicamento, fornecido pelo SUS, está com problemas no estoque desde março de 2024. Pacientes dependem da insulina e procuram alternativas para continuar tendo uma qualidade de vida. Pacientes com diabetes enfrentam dificuldade para obter insulina em Sorocaba
Os pacientes diagnosticados com diabetes têm enfrentado dificuldades para obter a insulina na farmácia de alto custo de Sorocaba (SP). O medicamento, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), está com problemas no estoque desde março de 2024.
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A artesã Fernanda Padilha possui a doença há anos e depende da insulina para manter uma boa qualidade de vida. Em seu caso, é necessária uma insulina específica, disponível somente na farmácia de alto custo. No entanto, o medicamento está em falta há meses.
A artesã chegou a entrar com outros pedidos do medicamento com opções alternativas, que, mesmo assim, estão sem estoque. Atualmente, ela está recebendo um tipo que não é indicado para o seu caso.
Fernanda é diagnosticada com diabetes e precisa da insulina para uma boa qualidade de vida
Reprodução/TV TEM
“Falta um, falta tudo, falta o reservatório, o cateter, e assim a gente vai se virando. O kit completo, eu estou sem desde 2016. Não consigo comprar, então, consigo de doação, ou reuso os kits, mas não pode. Prejudica o tratamento”, explica.
De acordo com as pessoas que necessitam da farmácia de alto custo da cidade, o problema não é novo. Muitos pacientes procuram o local sem ter a certeza de que o item estará disponível na data marcada para retirada, não garantindo o tratamento de forma eficiente.
Farmácia de alto custo em Sorocaba (SP)
Reprodução/TV TEM
A endocrinologista Laureane Ferreira explica que a medicação ajuda a reduzir a glicose no sangue, prevenindo complicações como a cegueira e danos nos rins.
“Ela ajuda a prevenir neuropatia, doenças cardíacas, danos nos rins, entre outros. É importante deixar claro que o tratamento com insulina permite que pessoas com diabetes controlem a doença e vivam uma vida mais saudável”, pontua.
O filho de Maurício Monteiro Gomes, de 14 anos, também é um dos pacientes que enfrentam dificuldades para conseguir a insulina. O menino, que tem diabetes tipo 1, está sem uma quantidade regularizada desde outubro do ano passado.
“Eu vim aqui de novo e não tem. Não há previsão de chegar e eles só informam que está em falta. Vamos ter que comprar. Para ajudar, eu faço parte de um grupo nas redes sociais que as pessoas se ajudam, fornecendo ou trocando medicamentos que não usam ou não precisam mais. Também fazemos compra em grupo, para ficar mais barato, mas acaba ficando difícil”, comenta.
Logo após a TV TEM mostrar a situação, Maurício recebeu uma ligação da farmácia de alto custo pedindo para que ele retornasse à unidade para retirar duas insulinas para o filho.
Já no caso de Fernanda Padilha, as insulinas ainda não foram entregues, mas a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que ela será chamada assim que a insulina e o reservatório estiverem disponíveis. Os outros itens estão em processo de compra.
A SES disse, ainda, que a compra e distribuição de insulina é de responsabilidade do Ministério da Saúde. A TV TEM questionou o ministério, que disse que fará vistorias na farmácia de alto custo para saber como estão os estoques da caneta de insulina.
Sobre a falta de insumos, a assessoria informou que precisa verificar os dados e que deve ter uma resposta nesta terça-feira (7).
Filho de Maurício possui diabetes tipo 1
Reprodução/TV TEM
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