Crime ocorreu em 23 de novembro de 2024. Cinco pessoas foram presas e três menores apreendidos. Segundo informações policiais, último suspeito teria também fornecido armas para os envolvidos no crime. Preso suspeito de ser mandante de assalto a circo
Reprodução
Um homem suspeito de ser o mandante do assalto a um circo no município de Central do Maranhão foi preso no domingo (19). Ele é acusado de fornecer armas para os criminosos envolvidos no ataque, que resultou no estupro de uma artista circense. O crime ocorreu em 23 de novembro de 2024.
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De acordo com a polícia, ao tentar cumprir o mandado de prisão preventiva, o suspeito reagiu à abordagem e disparou contra os policiais. Durante a ação, a guarnição revidou e o atingiu com um tiro na perna. O homem foi socorrido no local e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça.
Com ele, foram apreendidos um revólver e uma quantidade de drogas, que serão investigados pelas autoridades. A polícia segue apurando os detalhes do caso, que chocou a comunidade local. O investigado foi autuado por tentativa de homicídio qualificado.
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O crime
Circo onde aconteceu o crime está em Central do Maranhão
Reprodução/Redes Sociais
Ao todo, os familiares contam que cinco homens participaram da ação criminosa que aconteceu por volta das 23h, do dia 23 de novembro, cerca de 40 minutos após o fim do último espetáculo. Estavam no local a família, que é dona do circo, e alguns funcionários.
Armados e muito agressivos, os criminosos invadiram o local e roubaram dinheiro e objetos pessoais. Após o assalto, dois dos bandidos arrastaram uma das vítimas para um trailer do circo e estupraram a jovem que é artista circense, mãe, e se apresenta no local.
Além da jovem que foi estuprada, algumas outras pessoas foram agredidas pelos bandidos, dentre eles, dois idosos que são pais dos donos do circo. Uma das vítimas tem alzheimer e teve ferimentos.
Prisões e apreensões pelo crime
A Polícia Civil deteve oito membros do grupo que atacou o circo, estuprou a artista, roubou pertences dos familiares e ainda agrediu um idoso. Destes, três menores de 18 anos foram apreendidos e cinco foram presos.
O penúltimo preso foi Nalberth Cunha Costa, no dia 2 de dezembro. Ele é considerado o nº 2 na hierarquia do grupo criminoso e foi encontrado em uma residência onde estaria escondido, em Central do Maranhão.
Suspeitos de participar de assalto a circo no Maranhão foram presos pela polícia.
Reprodução/Polícia Civil
Antes de Nalberth, a última prisão tinha sido no último sábado, dia 30 de novembro, quando um dos suspeitos, que não teve o nome informado, se entregou na Delegacia de Cururupu, onde recebeu ordem de prisão por parte da delegada Thaissa. Ele já havia sido localizado e a polícia aguardava ele se entregar.
Quinto suspeito de participação no assalto a circo em Central do Maranhão é preso
Divulgação/Polícia Civil
No dia 25 de novembro, o adolescente de 17 anos apontado como o autor do estupro contra Camila Gomes, também se entregou à Polícia Civil, após uma negociação com os familiares. Ele foi apreendido na Zona Rural de Guimarães, a 70 km de São Luís, e foi levado de helicóptero com apoio do Centro Tático Aéreo (CTA) para a capital.
Ainda segundo a Polícia Civil, o jovem prestou depoimento e confessou o estupro. A vítima Camila Gomes disse que foi abusada na frente da filha, de 1 ano de idade, e que o adolescente chegou a atirar contra ela.
Adolescente suspeito de estuprar artista circense é preso no Maranhão
Reprodução/Polícia Civil
“Eles [criminosos] chegaram pedindo dinheiro e saíram me arrastando pelos cabelos, enquanto outro me levou para dentro do trailer onde estava minha filha, de 1 ano, dormindo. […] Ele deu um tiro. Eu senti Deus comigo. Deus fez ele errar a bala para não acertar em mim. Ele botou uma arma na minha cabeça e atirou. No momento, eu só sabia passar a mão na minha filha e na minha cabeça, pra saber se tinha pegado. […]Eu fiquei em choque. […] Estou tentando ser forte, pela minha família, por mim também, mas não vou dizer que estou bem”, relatou Camila, em um post nas redes sociais.
Dois presos pelo crime foram levados para a Unidade Prisional de Pinheiro, no interior do Maranhão, enquanto os três menores de idade apreendidos serão encaminhados para um Centro Socioeducativo em São Luís.
Polícia apreende adolescente envolvimento em estupro de artista circense no MA
Circo decidiu sair da cidade
A vítima do estupro foi ouvida na Delegacia de Cururupu e recebeu atendimento médico na cidade de Pinheiro. Ela está sob cuidados, tomando antivirais para evitar infecções sexualmente transmissíveis e receberá acompanhamento psicológico online, já que a família não possui endereço fixo e vive de forma itinerante.
Por conta do trauma e do medo gerado pelo crime, o circo também cancelou as apresentações restantes que faria em Central do Maranhão e decidiu deixar a cidade.
Vítima do crime desabafa nas redes sociais
Camila Gomes voltou a se apresentar, após o abuso que sofreu em Central do Maranhão
Reprodução/TV Mirante
A artista circense Camila Gomes, que relatou ter sido vítima de estupro, se posicionou após a repercussão do caso.
Camila e os familiares foram agredidos, roubados, e até mesmo idosos passaram por momentos de terror dentro do circo, logo após uma apresentação. Os criminosos ainda são procurados pela polícia.
“Não aconteceu nada com minhas filhas, graças a Deus. Cinco bandidos armados chegaram, armados, mandando a gente se jogar no chão. Botaram a minha cabeça em uma pilastra, botaram uma arma na minha cabeça. […] Eles chegaram pedindo dinheiro e saíram me arrastando pelos cabelos, enquanto outro me levou para dentro do trailer onde estava minha filha, de 1 ano, dormindo”, declarou Camila, em um post nas redes sociais.
A artista também falou que um dos bandidos já tinha visto ela se apresentando no circo e provavelmente já tinha premeditado o abuso. Ele chegou a atirar contra ela, mas o tiro não a acertou.
“Ele deu um tiro. Eu senti Deus comigo. Deus fez ele errar a bala para não acertar em mim. Ele botou uma arma na minha cabeça e atirou. No momento, eu só sabia passar a mão na minha filha e na minha cabeça, pra saber se tinha pegado. […]Eu fiquei em choque. […] Estou tentando ser forte, pela minha família, por mim também, mas não vou dizer que estou bem. Estou com ódio, mas feliz por ter conseguido proteger minha família”, contou a artista.
O circo voltou a se apresentar após o trauma sofrido em Central do Maranhão. O retorno ao picadeiro foi cheio de emoção e aconteceu em Santa Helena, a cerca de 156 km de São Luís, marcando um recomeço.
Após o crime, Camila, artista circense que sofreu os abusos, vinha se tentando se recuperar dos abusos e retomar o circo, que é a fonte da renda familiar.
“Muito importante para mim, como artista, receber o tanto de aplausos que eu recebi hoje, nessa volta tão inesperada, que eu estava tentando, e consegui”, contou a artista.
Camila também agradeceu o carinho que recebeu por centenas de pessoas na internet, após ter relatado o que sofreu. Agora, ela espera que a justiça seja feita.
“Me sinto abraçada por todos, independente de ter uma pessoa presente me abraçando, eu senti aquele abraço de todo mundo mandando mensagem. Ainda existe empatia, ainda existe amor entre as pessoas”, afirmou a artista.
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