Infração praticada com maior frequência no último ano foi a de excesso de velocidade, responsável por 40% das multas aplicadas pelo órgão. Trânsito intenso na Radial Leste, em São Paulo
Fábio Vieira/FotoRua/Estadão Conteúdo
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) multou, de janeiro a outubro do ano passado, um motorista a cada 3 minutos por ultrapassar o sinal vermelho na capital. Foram 136.972 multas por esse motivo no período.
Ao todo, a CET aplicou 4.895.747 multas de trânsito na cidade de São Paulo, uma queda de 31,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A infração praticada com maior frequência no último ano foi a de excesso de velocidade, responsável por 40% das multas aplicadas pelo órgão.
1,6 milhão por dirigir até 20% acima da velocidade permitida;
209 mil por dirigir entre 20% e 50% acima do permitido;
25 mil por dirigir mais de 50% acima do permitido.
Além das penalidades aplicadas pela CET, que é um órgão municipal, os condutores também ficam sujeitos à fiscalização do Detran, o Departamento Estadual de Trânsito, que avalia aspectos “administrativos”, como licenciamento e validade da habilitação, por meio da Polícia Militar.
Em 2024, o órgão aplicou 2.749.218 na capital paulista, um aumento de 27% em relação ao ano anterior.
Os principais motivos foram: deixar de registrar o veículo em 30 dias após transferência, conduzir veículo sem licenciamento, usar o celular ao dirigir, não utilizar cinto de segurança e dirigir o veículo sem habilitação.
De acordo com a especialista em trânsito Glaucia Pereira, diretora do Instituto Multiplicidade, o número de multas administrativas aplicadas reforça a necessidade conscientização sobre as responsabilidades adquiridas ao comprar um veículo.
Um dos primeiros motivos foi não ter o veículo licenciado. Esse é um documento que diz que o veículo está apto para rodar e para pagar o licenciamento do veículo, o IPVA, que é outro imposto, também precisa estar em dia.
Segundo ela, “é importante que as pessoas saibam que quando elas comprarem um automóvel, seja novo ou usado, elas têm várias responsabilidades, inclusive financeiras”.
A especialista observa que “a multa ainda é o principal meio que o governo tem para mostrar para as pessoas a questão da conscientização”.
“As pessoas têm uma sensação de impunidade nas multas de comportamento, de não dar seta, de usar o celular, não usar cinto de segurança, porque são multas pouco medidas. As pessoas cometem muitos erros durante o dia e vez outra elas recebem uma multa. Então é preciso alinhar conscientização e fiscalização”, avalia.