Segundo a Associação dos Docentes, a universidade não participou de um edital nacional que garantia as bolsas até 2027. Assim, vai perder mais de R$ 2 milhões. O g1 aguarda posicionamento da Uespi. UESPI perde edital e fica sem 84 bolsas de pesquisa do CNPq
A Universidade Estadual do Piauí (Uespi) vai deixar de ofertar, nos próximos três anos, 84 bolsas de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), denunciou a Associação dos Docentes da Uespi (Adcesp).
Segundo a Adcesp, a universidade perdeu o prazo de submissão de projetos de bolsas do CNPq, que encerrou em maio de 2024. Assim, cerca de R$ 2,11 milhões em recursos deixarão de ser enviados à Uespi para o pagamento dessas bolsas. O próximo edital do CNPq só será aberto em 2027.
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O g1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Uespi para comentar o assunto e aguarda uma resposta.
A coordenadora da Adcesp, professora Lucineide Barros, afirmou que a associação identificou, em setembro do ano passado, que os estudantes bolsistas do CNPq estavam sendo pagos com recursos de outras fontes.
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Além do conselho, a universidade conta com bolsas próprias e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí (Fapepi). “A gente soube que a Uespi não havia participado do edital nacional que determina a cota-parte de bolsa para cada instituição”, apontou a coordenadora.
“As 84 [bolsas] não foram garantidas nesse edital, deveriam ter sido pleiteadas no momento que o edital destinou prazo”, completou a professora.
De acordo com a professora, há dois editais diferentes: o primeiro é o do CNPq, que destina as cotas de bolsas; e o segundo é o da própria universidade, que contempla os alunos e professores da instituição com as bolsas obtidas junto ao conselho.
Lucineide explica que houve, da parte da comunidade acadêmica, produção, submissão e publicação de projetos para o segundo edital. No entanto, como a Uespi não participou do primeiro, ficou sem bolsas do CNPq para pagar aos estudantes.
Campus Torquato Neto da Uespi, na Zona Norte de Teresina
Lucas Marreiros/g1
“Como os processos são praticamente simultâneos, só ficamos sabendo do ocorrido no final. Agora só vai ter edital em 2027, o que implica um valor de mais de R$ 2 milhões. [É um impacto] financeiro que não se resolve somente colocando outras bolsas no lugar”, frisou a professora.
Cada bolsa equivale a um pagamento mensal de R$ 700. Por mês, a universidade perderá R$ 58,8 mil em recursos; por ano, R$ 705,6 mil; e, pelos três anos de validade do último edital do CNPq, R$ 2,11 milhões.
Além do auxílio à produção científica, os alunos bolsistas destacam que a ausência das bolsas compromete também a permanência deles na instituição.
Isso porque como a Uespi não conta, em Teresina, com restaurante ou residência para os universitários, muitos estudantes utilizam a quantia das bolsas para custear alimentação e moradia.
Por outro lado, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da universidade, Rauirys Alencar, declarou que, em julho de 2024, a Uespi lançou um edital de bolsas de iniciação científica que contemplou 233 candidatos. Ele garantiu ainda que todos os pagamentos estão sendo feitos regularmente.
Alunos do campus Clóvis Moura da Uespi, na Zona Sudeste de Teresina
Rafaela Leal/G1 PI
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