Quatro reféns israelenses, todas elas jovens militares capturadas no atentado terrorista de 7 de outubro 2023, foram liberadas pelo Hamas. Israel soltou 200 prisioneiros palestinos. Quatro reféns militares foram libertadas pelo Hamas
Reprodução/Jornal Nacional
O grupo terrorista Hamas liberou mais quatro reféns israelenses como parte do acordo de cessar-fogo em Gaza.
Passava das 11 horas da manhã, pelo horário local, quando as quatro reféns desceram de um carro e caminharam pelas ruas da Cidade de Gaza, cercadas por terroristas do Hamas.
Elas foram conduzidas até um palanque, onde acenaram para a multidão de palestinos. Não está claro sob que condições elas participaram da cerimônia.
Em seguida, entraram nos carros da Cruz Vermelha, que as levaram até as Forças de Israel, do outro lado da fronteira.
Liri Albag (19 anos), Karina Ariev (20), Danielle Gilboa (20) e Naama Levy (20) foram capturadas numa base militar, no sul de Israel, durante os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023. Os atentados do Hamas mataram mais de 1.200 pessoas, entre elas mulheres, crianças e idosos.
Na praça lotada em Tel Aviv, centenas de pessoas se emocionaram com as imagens da libertação das quatro militares. Os pais das reféns acompanharam tudo pela TV, juntos. E comemoraram.
As quatro jovens foram examinadas na base militar de Re’im, já em território israelense. Os médicos disseram que o estado de saúde delas é bom. Em seguida, elas tiveram um reencontro emocionante com os familiares, depois de 477 dias no cativeiro do Hamas.
A mãe da Liri disse: “Você é uma heroína e está em casa.”
A jovem, de 19 anos, falou para a câmera: “Eu amo todos vocês, cidadãos de Israel que apoiaram nossas famílias, e nossos soldados que fizeram tudo por nós. Muito obrigada.”
A Daniela disse pra mãe: “Você é uma leoa.”
E o pai da Naama prometeu pra filha: “Nós vamos te proteger. Vai ficar tudo bem.”
As quatro militares foram de helicóptero para um hospital, perto de Tel Aviv, onde vão passar, nos próximos dias, por mais exames e avaliação psicológica.
O porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, criticou o que chamou de cerimônia cínica feita pelo Hamas, para a entrega das reféns. E disse que as Forças Armadas não vão se esquecer dos sequestrados ainda em cativeiro.
Em troca das quatro reféns, Israel soltou neste sábado (25) 200 prisioneiros palestinos — mais de 100 eram condenados à prisão perpétua. A maioria vai ficar em liberdade na Cisjordânia.
Mas Israel declarou que os condenados por terem assassinado israelenses não poderão ir pra lá. 70 prisioneiros foram transferidos para o Egito, onde devem ser deportados para outros países, como Turquia e Catar.
Nessa primeira fase do cessar-fogo, o Hamas ainda deve libertar 26 reféns pelas próximas cinco semanas. O governo israelense vem pressionando o grupo terrorista a divulgar as condições de saúde de cada uma dessas pessoas. Há dúvidas, inclusive, sobre quais delas ainda estão vivas.
Pelo acordo, Israel ainda deve libertar centenas de prisioneiros palestinos. A trégua também prevê que nesse período, os civis deslocados pela guerra em Gaza vão poder voltar pra casa.
O acordo determinava a partir de segunda-feira, a retirada das tropas israelenses do chamado Corredor Netzarim, que divide Gaza. O objetivo era permitir o retorno dos civis deslocados pro norte.
Neste sábado, centenas de palestinos aguardavam a liberação da passagem. O Muhammad disse: “As pessoas estão sofrendo, sem água, sem comida. Todos querem voltar pra casa”.
Mas o governo israelense afirmou que, por enquanto, não vai liberar a passagem porque o Hamas não cumpriu a parte do acordo em que se comprometia a soltar primeiro as mulheres civis e, depois, as militares.
A civil Arbel Yehoud deveria ter sido solta ainda no sábado, mas permaneceu em cativeiro.
Israel disse que só vai autorizar o regresso da população do norte de Gaza quando ela for libertada. O grupo terrorista anunciou que vai soltá-la no próximo sábado.
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