Juro bancário tem pequeno aumento em 2024, crédito acelera e inadimplência recua, revela BC

A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu 0,2 ponto percentual em 2024 – e fechou o mês de dezembro em 40,6% ao ano.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central.
O juro foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com isso, os bancos não repassaram integralmente o aumento de juros básicos implementado pelo Banco Central non último ano – quando a taxa Selic subiu de 11,75% para 12,25% ao ano, ou seja, 0,5 ponto percentual.
De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas subiu de 21,1% ao ano, em dezembro de 2023, para 22,1% ao ano no fim do ano passado. A alta foi de um ponto percentual.
Já nas operações com pessoas físicas, os juros caíram de 53,9% ao ano, em dezembro de 2023, para 53% ao ano no fechamento do último ano. O recuo foi de 0,9 ponto percentual.
Cheque especial e cartão de crédito
No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 128,1% ao ano, em dezembro de 2023, para 136% ao ano no fechamento do ano passado. O aumento foi de 7,9 pontos percentuais em 2024.
Já a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, avançou de 442,1% ao ano, no fim de 2023, para 450,5% ao ano em dezembro do ano passado.
O crescimento do juro do cartão de crédito rotativo foi de 8,4 pontos percentuais em 2024.
O aumento aconteceu apesar de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter limitado, desde janeiro do ano passado, o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo. O valor do débito não pode mais exceder 100% da dívida original.
Se a dívida for de R$ 100, por exemplo, a dívida total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 200. O custo do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), entretanto, está fora desse cálculo. Isso vale somente para débitos contraídos a partir de janeiro.
Acima de 400% ao ano, essa é a linha de crédito mais cara do mercado financeiro. O patamar está 40 vezes acima da taxa básica da economia, que serve de parâmetro para os bancos buscarem recursos no mercado.
O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento.
Segundo analistas, essa linha de crédito deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.
Crédito bancário
O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, avançou 10,9% em 2024, para R$ 6,4 trilhões.
Com isso, houve aceleração na comparação com o ano de 2023, quando foi registrada uma expansão de 8,1% (valor ajustado).
“A aceleração ocorreu tanto no crédito às empresas (9,1% ante 4,7% em 2023), quanto no crédito às famílias (12,1% ante 10,5% em 2023). No mês de dezembro, o saldo de crédito total cresceu 1,4%, com incrementos de 2,3% no segmento de pessoas jurídicas e de 0,8% no de pessoas físicas”, informou o Banco Central.
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