Foram mais de 43 mil medidas concedidas em 2024, 11% a mais do que em 2023. Irmã de personal morta pelo marido na Baixada Fluminense desabafou. ‘Não precisava ele ter matado minha irmã, não precisava’. A cada hora, quatro medidas protetivas são concedidas no RJ
Os casos de feminicídio cresceram 8% no Rio de Janeiro de 2023 para 2024, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). A cada hora, quatro medidas protetivas de urgência são concedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado para mulheres.
Foram mais de 43 mil medidas concedidas em 2024, 11% a mais do que em 2023. Nesta terça-feira, foi enterrada a personal trainer Ilinês Valesca Carnaval, morta pelo marido em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
No enterro, no cemitério Jardim de Mesquita, também na Baixada, a irmã da vítima, Andreza Carnaval, disse que Ilinês chegou a pedir ajuda após sofrer agressões ocorridas em dezembro de 2024.
Imagens obtidas pelo g1 mostraram o momento em que Valdenir da Silva Almeida sufoca a mulher e a joga na parede no andar do apartamento onde moravam.
Vídeo mostra agressões do marido a personal trainer no RJ; ele está preso pela morte dela
Em seguida, ela desabafou ao lembrar que Ilinês disse que sairia de casa no mesmo dia em que foi encontrada morta, com sinais de asfixia:
“Minha irmã não volta mais. Ele tá lá, ele vai receber a mãe dele. Ele vai receber a irmã dele. E eu estou deixando minha irmã aqui. As bolsas da minha irmã estavam prontas, arrumadas pra sair. Não precisava ele ter matado minha irmã, não precisava. Não precisava”, lamentou.
Inicialmente, Valdenir afirmou na 54ª DP (Belford Roxo) que Ilinês teria cometido suicídio. A hipótese foi descartada pela polícia, que conseguiu um mandado de prisão temporária do homem pelo feminicídio da vítima.
“Eu acho que é uma de covardia tremenda o que ele estava fazendo. E ele na delegacia com a cara mais cínica do mundo, falando que não tinha nada a ver com isso, que não estava no apartamento, e as filmagens tá aí. Ele estava no apartamento, ele vivia agredindo ela”, disse o tio de Ilinês, Flávio Luís Carnaval.
Governo responde
O governo do Estado disse que tem programas de prevenção à violência contra a mulher, como a patrulha Maria Da Penha, o aplicativo Rede Mulher e um abrigo sigiloso para assistência psicológica, social e jurídica às vítimas.
A Polícia Civil disse que as Delegacias de Atendimento à Mulher fizeram mais de 1,8 mil prisões de agressores no ano passado. e que a taxa de elucidação dos crimes é de 100%.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Valdenir Da Silva Almeida, preso pela morte da esposa.
Feminicídio: 4 mulheres morrem por dia vítimas desse tipo de crime no Brasil
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Foram mais de 43 mil medidas concedidas em 2024, 11% a mais do que em 2023. Nesta terça-feira, foi enterrada a personal trainer Ilinês Valesca Carnaval, morta pelo marido em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
No enterro, no cemitério Jardim de Mesquita, também na Baixada, a irmã da vítima, Andreza Carnaval, disse que Ilinês chegou a pedir ajuda após sofrer agressões ocorridas em dezembro de 2024.
Imagens obtidas pelo g1 mostraram o momento em que Valdenir da Silva Almeida sufoca a mulher e a joga na parede no andar do apartamento onde moravam.
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Em seguida, ela desabafou ao lembrar que Ilinês disse que sairia de casa no mesmo dia em que foi encontrada morta, com sinais de asfixia:
“Minha irmã não volta mais. Ele tá lá, ele vai receber a mãe dele. Ele vai receber a irmã dele. E eu estou deixando minha irmã aqui. As bolsas da minha irmã estavam prontas, arrumadas pra sair. Não precisava ele ter matado minha irmã, não precisava. Não precisava”, lamentou.
Inicialmente, Valdenir afirmou na 54ª DP (Belford Roxo) que Ilinês teria cometido suicídio. A hipótese foi descartada pela polícia, que conseguiu um mandado de prisão temporária do homem pelo feminicídio da vítima.
“Eu acho que é uma de covardia tremenda o que ele estava fazendo. E ele na delegacia com a cara mais cínica do mundo, falando que não tinha nada a ver com isso, que não estava no apartamento, e as filmagens tá aí. Ele estava no apartamento, ele vivia agredindo ela”, disse o tio de Ilinês, Flávio Luís Carnaval.
Governo responde
O governo do Estado disse que tem programas de prevenção à violência contra a mulher, como a patrulha Maria Da Penha, o aplicativo Rede Mulher e um abrigo sigiloso para assistência psicológica, social e jurídica às vítimas.
A Polícia Civil disse que as Delegacias de Atendimento à Mulher fizeram mais de 1,8 mil prisões de agressores no ano passado. e que a taxa de elucidação dos crimes é de 100%.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Valdenir Da Silva Almeida, preso pela morte da esposa.
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