Suspeitos de sumir com sacas de café no interior de SP estavam no litoral por segurança, argumenta advogado; VÍDEO


Durante audiência de custódia, defesa falou sobre o fato de o casal de Altinópolis (SP) ter ficado foragido e sugeriu uso de tornozeleira eletrônica ao solicitar liberdade provisória, que foi recusada. Pedido de liberdade provisória é negado a casal suspeito de desviar sacas de café
A defesa do casal suspeito de sumir com milhares de sacas de café e de causar prejuízos milionários a produtores de Altinópolis (SP) argumentou, em audiência de custódia, que os investigados estavam foragidos em Caraguatatuba (SP), onde foram presos, porque temiam pela própria segurança. Veja acima imagens obtidas com exclusividade pela EPTV, afiliada da TV Globo.
“Eles estavam em Caraguatatuba porque eles estavam receosos da própria segurança deles”, disse o advogado Raphael Guimarães Carneiro.
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A justificativa foi apresentada durante uma videoconferência realizada na tarde de quarta-feira (29) com Guilherme Osório de Oliveira, de 50 anos, e Marina Célia Lopes da Cruz Oliveira, de 48, presos no litoral paulista na terça-feira (28), quase duas semanas depois de serem alvos de um mandado de prisão preventiva.
Durante a audiência, os investigados foram questionados exclusivamente sobre eventuais abusos na prisão, o que não ocorreu, segundo eles.
“A prisão foi tranquila, não fomos algemados, fomos de livre e espontânea vontade, eu e meu esposo”, disse Marina.
Marina Célia Lopes da Cruz Oliveira e Guilherme Osório de Oliveira, durante audiência de custódia após serem presos no litoral paulista.
Reprodução/EPTV
Ao fim, o advogado de defesa falou sobre a permanência deles no litoral depois de solicitar a liberdade provisória, que foi rejeitada, sugerindo medidas previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, como uso de tornozeleiras eletrônicas, e argumentando, entre outras coisas, que eles têm residência fixa e estão com todos os bens bloqueados.
“Eles são [réus] primários, o crime que eles estão sendo investigados, de apropriação indébita, não é crime cometido com violência, não existe risco de dilapidação de patrimônio nem de fuga, porque os bens deles estão todos bloqueados. Eu entendo que, na verdade, a decretação de uma das medidas do artigo 319, até de todas elas, caso vossa excelência entenda, pelo uso de tornozeleira eletrônica, os clientes não se opõem, eu entendo que sejam suficientes pra qualquer tipo de receio que haja no distrito da culpa”, disse.
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Sumiço de café
Guilherme e Marina foram indiciados pela Polícia Civil por apropriação indébita qualificada, que é quando alguém comercializa ou obtém vantagem econômica em cima do bem de um terceiro.
Eles são investigados por um prejuízo estimado em R$ 63 milhões causado a cerca de 50 produtores rurais de Altinópolis, que confiaram a eles a armazenagem e a intermediação de sacas de café, que sumiram dos galpões da empresa.
Galpão onde sacas de café eram armazenadas em Altinópolis, SP
Reprodução/EPTV
As autoridades, que acreditam que os grãos tenham sido destinados ao exterior e ainda estão recebendo mais queixas, também confirmaram a abertura de um segundo inquérito para apurar eventuais práticas de lavagem de dinheiro e o envolvimento de mais pessoas.
Em nota, os advogados de defesa do casal informaram que a prisão preventiva não é definitiva e será contestada nos autos, que correm em segredo de justiça. Além disso, comunicaram que Guilherme e Marina confiam que os fatos serão devidamente esclarecidos perante a Justiça e que vão colaborar com as investigações.
Veja reportagem completa da EPTV sobre a audiência de custódia dos suspeitos:
Casal suspeito de desviar sacas de café em Altinópolis passa por audiência de custódia
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