Sistema que utiliza inteligência artificial cria uma ‘onda verde’ no caminho dos veículos de resgate até o pronto atendimento. Modelo usa Campinas (SP) para simulações. Unicamp busca sincronizar trajeto de ambulâncias com semáforos para agilizar atendimentos
Um sistema desenvolvido pela Unicamp com uso de inteligência artificial (IA) pode diminuir em até 50% o tempo de resgate feito por ambulâncias nas grandes cidades. A tecnologia sincroniza o veículo com o sistema de semáforos, criando uma “onda verde” no trajeto até o hospital.
Campinas (SP) foi escolhida como cidade-piloto para as simulações da pesquisa, porque reflete os desafios de trânsito apresentados por outras cidades brasileiras.
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A proposta visa, além de agilizar, oferecer mais segurança nos resgates. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) já prevê que veículos destinados a salvamento podem circular livremente com a identificação visual e sonora, mas é comum ver ambulâncias, em especial nos horários de pico, presas no trânsito.
O algoritmo desenvolvido na Unicamp permite que a ambulância esteja “sincronizada” aos faróis, que passam a funcionar de forma inteligente, facilitando o caminho para o resgate – ou seja, ele gerencia o trânsito para que o veículo de resgate tenha sempre um semáforo verde a frente até o destino.
“As cidades possuem inúmeros faróis. Esses faróis facilitam para que haja um gerenciamento de tráfego, o vaivém das pessoas, e consecutivamente a isso, a gente entendeu que esse seria um ponto da nossa pesquisa. Ou seja, basicamente, a gente trabalhou usando uma modelagem matemática, uma inteligência artificial por trás, fazendo que o farol se torne inteligente’, explica Gabriel Gomes de Oliveira, professor colaborador da Unicamp.
Pesquisador da Unicamp explica sistema que usa inteligência artificial para sincronizar ambulâncias com semáforos para agilizar tempo de resgate
Reprodução/EPTV
Segundo o pesquisador, em uma simulação no trajeto da Av. John Boyd Dunlop, no trecho entre a Rodovia Anhanguera e o Hospital PUC-Campinas, a aplicação da tecnologia permitiria que a ambulância atravessasse os 13 semáforos até na metade do tempo.
“Nosso estudo proporcionou que, havendo essa aplicação de tecnologia, a ambulância consegue diminuir em torno de 30% a 50%, dependendo do horário do dia e do trânsito, a chegada do paciente até o hospital”, completou Oliveira.
Tecnologia que auxiliaria, e muito, o atendimento de pacientes em casos graves na avaliação de médico especializado em traumas.
“Todo trauma, acidente, mal súbito, envolve o risco da vida imediato. Aquele paciente que está sangrando, e precisa rapidamente chegar ao hospital para interromper um sangramento, um que a gente não consegue conter porque não vÊ, de repente dentro da barriga, do tórax, esses são pacientes que precisam rapidamente chegar ao hospital, porque tempo é vida”, enfatiza Bruno Pereira, coordenador de cirurgia do trauma Hospital São Luiz.
Campinas (SP) foi escolhida como modelo para os testes de IA para agilizar resgate por ambulâncias uma vez que o trânsito reproduz os desafios das grandes cidades
Reprodução/EPTV
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