Da última vez que Alcolumbre venceu, eleição no Senado teve confusão e votos a mais na urna; relembre

Sessão, que deveria ocorrer em um dia, durou mais de 24 horas e incluiu decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), protestos em plenário e troca de acusações entre senadores. O senador Davi Alcolumbre (União-AP) é o favorito para vencer a eleição desta quarta-feira (31) para a presidência do Senado. Mas, da última vez em que ele se elegeu para o cargo, em 2019, a votação foi marcada por tumulto, uma cédula a mais do que o número de senadores e a desistência de Renan Calheiros (MDB-AL) no meio do processo.
A sessão, que deveria ocorrer em um dia, durou mais de 24 horas e incluiu decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), protestos em plenário e troca de acusações entre senadores.
Confusão e votação anulada
A eleição começou na sexta-feira (1º), mas precisou ser interrompida à noite, após discussões sobre o formato da votação — aberta ou secreta. Davi Alcolumbre, que era candidato, conduzia a sessão interinamente e colocou em votação a questão do voto aberto, que foi aprovada por 50 votos a 2.
Aliados de Renan Calheiros contestaram a decisão, alegando que o regimento do Senado exigia voto secreto. A sessão foi suspensa e o caso chegou ao STF, que decidiu que a eleição deveria ser feita com voto secreto e comandada pelo senador mais velho, José Maranhão (MDB-PB).
No sábado (2), os senadores retomaram a votação e colocaram as cédulas na urna. No entanto, ao abrir os envelopes, foi constatado que havia 82 votos para 81 senadores. Diante da irregularidade, os parlamentares decidiram anular a votação e refazer o processo.
Renan desiste e Alcolumbre vence
Durante a segunda votação, Renan Calheiros anunciou que retirava sua candidatura, classificando o processo como “deslegitimado”. Com a saída dele, Alcolumbre venceu com 42 votos, um a mais do que o necessário para ganhar no primeiro turno.
O resultado foi uma derrota histórica para o MDB, partido que havia dominado a presidência do Senado por décadas. Além disso, consolidou a força do DEM, que passou a comandar as duas Casas do Congresso, já que Rodrigo Maia (DEM-RJ) havia sido reeleito na Câmara.
O que disse Alcolumbre após a vitória?
Ao assumir a presidência, Alcolumbre prometeu comandar o Senado sem “revanchismo” e disse que sua gestão buscaria diálogo com todos os parlamentares. Ele também defendeu o fim do voto secreto em eleições internas da Casa.
“Espero deixar esta Casa com o país retomando os trilhos, enfrentando as reformas complexas com a urgência que nosso país reclama”, afirmou.
A eleição de 2019 foi uma das mais conturbadas da história do Senado. Agora, com Alcolumbre novamente como favorito, o cenário é diferente, mas o impacto político da escolha do próximo presidente da Casa continua relevante.
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