Bairro fica na várzea do Rio Tietê, na Zona Leste da capital, e convive com inundações há 30 anos. Cerca de 45 mil pessoas vivem lá. Jardim Pantanal: bairro de São Paulo completa 3 dias debaixo d’água
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Um bairro de São Paulo está alagado desde a última sexta-feira.
Uma preocupação a mais para quem já está há três dias com água pelos joelhos.
“Minha casa se acabou tudo. Está tudo acabado, acabou as coisas tudo”, lamenta a costureira Maria Alzeni Ferreira.
Moradores fizeram uma embarcação improvisada para tirar os vizinhos do alagamento.
“Isso aqui é uma telha acústica com isopor. Aí coloquei uma caixa d’água e estou subindo o pessoal, criança, idoso, resgatamos aí aproximadamente, só eu, umas 50 pessoas”, conta Adilso Garcia, que trabalha com vidro.
Moradores fizeram uma embarcação improvisada para tirar os vizinhos do alagamento
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Quem enfrentou a cheia sem proteção, agora se preocupa com as consequências para a saúde.
“Minha filha está com febre, dor de barriga. Meu esposo começou com dor de cabeça, com ânsia e a gente não sabe se é da água. E fora que nós matamos uma cobra ontem”, diz a diarista Cristiane Sandra Gomes de Oliveira.
Morada relata que encontrou cobra em meio água de enchente
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À medida que vai andando pelas ruas e vai chegando mais perto do Rio Tietê, nota-se que o nível da água vai aumentando. Tem casas que estão com água na parte de baixo.
“Sofá a gente conseguiu resgatar, geladeira, menos o guarda-roupa, porque é pesado”, diz o mecânico Luiz Carlos Urcioli de Assis.
O Jardim Pantanal fica na várzea do Rio Tietê, na Zona Leste da capital, e convive com inundações há 30 anos. Cerca de 45 mil pessoas vivem lá.
Em janeiro de 2024, a Prefeitura de São Paulo começou a construir um pôlder, uma espécie de reservatório, para evitar os alagamentos. A obra deveria ficar pronta em cinco meses. Agora, a promessa é que seja entregue em 45 dias. Mas, na avaliação do prefeito Ricardo Nunes, do MDB, a solução é retirar as famílias de lá.
“A gente tem um pré estudo que para fazer um dique ali mais de R$ 1 bilhão, então tem uma questão que a gente precisa ter transparência nas questões. Dá para fazer um dique contornando todo o Rio Tietê para conter aquela região? Não dá para fazer. Eu não vejo outra situação a não ser a gente poder incentivar as pessoas saírem daquele local, porque toda vez que chover vai acontecer isso. De repente fazer ali uma ajuda financeira que vai de R$ 20 mil a R$ 50 mil dependendo da casa para as pessoas saírem e faz a demolição. A gente ajuda financeiramente”, diz Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo.
A supervisora de limpeza Jeane Felipe da Silva está na região há 20 anos e não quer sair.
“Essa enchente veio dar esse ano muito forte. Sempre deu, mas nunca dessa forma”, afirma a supervisora de limpeza Jeane Felipe da Silva.
Jardim Pantanal convive com inundações há 30 anos
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A chuva também provocou alagamentos em rodovias e em cidades da Região Metropolitana. Em Cajamar, há vários pontos de deslizamento de terra. E em Osasco, o Globocop flagrou um desabamento. Uma das cidades mais atingidas é Taboão da Serra. Equipes de socorro usaram um bote para retirar passageiros de um ônibus.
“A chuva foi subindo, subindo, subindo, em menos de alguns minutos a gente já estava ilhado dentro do ônibus”, conta uma passageira.
Equipes de socorro usaram um bote para retirar passageiros de um ônibus em Taboão da Serra (SP)
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A diarista Creusa perdeu praticamente tudo:
“É complicado. Eu estou aqui desde as 2h tentando tirar a água, tentando tirar o barro sozinha”, conta.
E não é a primeira vez:
“Vou começar tudo de novo. Tudo de novo”, lamenta Creusa.
A chuva já causou a morte de 18 pessoas desde dezembro de 2024 em todo o estado. Nesta segunda-feira (3), foi enterrado o corpo do motorista de aplicativo Moises Santana de Andrade. Ele morreu no sábado (1º) à noite depois que a enxurrada arrastou o carro dele.
motorista de aplicativo morreu no sábado (1º) após enxurrada arrastar o carro dele
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