A aeronave fabricada pela Embraer caiu no dia 25 de dezembro de 2024, após sair de Baku, capital do Azerbaijão, em direção a Grózni, na Rússia. Das 67 pessoas a bordo do avião, 38 morreram. Avião fabricado pela Embraer caiu no Cazaquistão no dia 25 de dezembro de 2024
Azamat Sarsenbayev/Reuters
O governo do Cazaquistão divulgou, nesta terça-feira (4), um relatório preliminar sobre a investigação do acidente com um avião da Embraer que aconteceu em dezembro do ano passado e deixou 38 mortos.
O avião da Azerbaijan Airlines, um Embraer-190, viajava de Baku, no Azerbaijão, pra Grózni, na Rússia, mas caiu ao realizar um pouso de emergência no Cazaquistão – leia mais abaixo.
Segundo o relatório, a queda pode ter sido provocada por objetos externos, “mas serão necessárias outras pesquisas e exames para determinar a natureza e a origem dos danos causados por esses objetos”.
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De acordo com o documento preliminar da investigação, os pilotos solicitaram a mudança no local de pouso relatando que o avião havia sido atingido por pássaros e que dois assentos explodiram.
O relatório não cita mísseis, mas uma das suspeitas de especialistas é que o avião pode ter sido atingido por estilhaços do sistema antiaéreo de defesa da Rússia. Alguns dias depois do acidente, o governo russo admitiu que três cidades estavam sob ataque de drones ucranianos e os sistemas de defesa agiram para repelir esses ataques.
O relatório preliminar do governo do Cazaquistão mostra fotos da fuselagem do avião com perfurações provavelmente provocadas por objetos externos, que provocaram uma perda de fluido e pressão dos sistemas hidráulicos da aeronave.
Perfurações no avião da Embraer que caiu no Cazaquistão em dezembro de 2024
Reprodução/Relatório preliminar do governo do Azerbaijão
Ainda segundo o relatório, ”um exame inicial dos fragmentos revelou danos múltiplos, penetrantes e não penetrantes, de vários tamanhos e formas na seção da cauda, fuselagem, barbatana e estabilizador, elevador e leme. Danos semelhantes foram foram encontrados no motor esquerdo e na asa esquerda da aeronave”.
O documento aponta que também houve danos elétricos antes do impacto com o solo.
Ainda não há detalhes sobre quais trabalhos serão realizados na próxima etapa de investigação.
Técnicos da Embraer e da Força Aérea Brasileira ajudaram na investigação das causas do acidente – leia mais abaixo.
Perfurações no avião da Embraer que caiu no Cazaquistão em dezembro de 2024
Reprodução/preliminar do governo do Azerbaijão
Investigação do Brasil
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu no dia 6 de janeiro a análise das caixas-pretas do avião da Embraer que caiu no Cazaquistão em 25 de dezembro.
Os equipamentos chegaram ao solo brasileiro em 1º de janeiro e começaram a ser analisados no dia seguinte. Segundo interlocutores envolvidos na investigação, no dia 4 de janeiro foi concluída a “extração, aquisição e validação dos dados contidos nos dois gravadores”.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), investigadores do Cazaquistão, do Azerbaijão e da Rússia vieram ao Brasil para monitorar os trabalhos. Esses investigadores acompanharam o processo de degradação dos dados.
Os dados extraídos foram entregues à Autoridade de Investigação de Acidentes Aeronáuticos do Cazaquistão – agência responsável pela análise e investigação do acidente. Ainda não há detalhes sobre o que foi ouvido nas gravações.
“Toda a análise e as conclusões que serão publicadas no Relatório Final dessa investigação aeronáutica são de exclusiva responsabilidade da Autoridade de Investigação do Cazaquistão”, informou a FAB à época.
FAB conclui os trabalhos de extração de dados do avião da Embraer que caiu no Cazaquistão
Putin se desculpou por ‘trágico incidente’
A suspeita é de que disparos russos derrubaram o avião. No dia 28 de dezembro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, telefonou para o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e pediu desculpas pelo que chamou de trágico incidente no espaço aéreo russo.
Putin não chegou a assumir a responsabilidade, mas, segundo o Kremlin, disse que naquele momento, três cidades russas estavam sob ataque de drones ucranianos, e que os sistemas de defesa agiram para repelir esses ataques.
“O domínio de tecnologias de animação em realidade virtual em três dimensões (3D), com visualização completa do voo, permite aos investigadores compreender com maior acuracidade vários parâmetros como a trajetória da aeronave, velocidade, altitude, funcionamento de sistemas e da atuação dos comandos de voo”, afirmou a FAB em nota.
Putin pede desculpas por queda de avião no Cazaquistão
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