Moradores enfrentam alagamento após rios transbordarem em bairro rural de Pouso Alegre, MG


Com a água cobrindo as ruas, quem vive no Bairro Chaves, na zona rural, só consegue sair de casa utilizando um único barco. Situação se prolonga desde o fim de janeiro. Os moradores do bairro rural Chaves, em Pouso Alegre (MG), enfrentam há semanas um cenário de alagamento. A água começou a subir no fim de janeiro devido às fortes chuvas que atingiram a região e, desde então, não baixou.
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Com a água cobrindo as ruas, os moradores só conseguem sair de casa utilizando um único barco, emprestado pelo pai de Josiane Aparecida Vicente. Ela relata a dificuldade de mobilidade e como o transporte dos filhos para a escola tem sido afetado.
“Praticamente desde o réveillon, né? Da semana do Natal, que começou, ficou uma semana, foi embora a água, voltou de novo e já uns sete, oito dias a gente tá assim. Tenho três filhos. Três filhos. Essa semana eles não foram na escola ainda. Porque eu trabalho, como que eu vou ficar atravessando eles na água?”, afirma a diarista Josiane Aparecida Vicente.
Moradores do Bairro Chaves, em Pouso Alegre, enfrentam alagamento que persiste há semanas
Reprodução/EPTV
O Bairro Chaves fica próximo a dois rios: o Sapucaí e o Sapucaí-Mirim. Depois das fortes chuvas, os dois transbordaram.
José Donizete de Souza, pedreiro e morador do bairro, também enfrenta dificuldades diárias devido ao alagamento. Ele precisa remar para chegar em casa e destaca que a situação seria menos crítica se houvesse um embarque seguro.
“Ah, é muito difícil, né? Se fosse um lugar que você embarcava e desembarcava, sem molhar os pés é uma boa, mas não consegue, é um lugar que é raso, né? Aí tem que descer antes da canoa, antes de chegar no destino certo”, conta.
Moradores do Bairro Chaves, em Pouso Alegre, enfrentam alagamento que persiste há semanas
Reprodução/EPTV
De acordo com a prefeitura, o bairro está em uma area irregular e é monitorado pela Defesa Civil e Secretaria de Agricultura. E que ofereceu suporte às famílias e todas optaram por permanecer no local. Ainda conforme o Poder Executivo, especialistas apontaram que não há possibilidade de alteração do percurso dos rios ou obras similares.
Segundo o geógrafo André Ribeiro, são problemas de resolução muito difícil, uma vez que a comunidade já está instalada no local.
“São áreas em que preferencialmente não deveriam estar ocupadas, então a remoção de algumas residências talvez poderia ser um caminho, obras para tentar melhorar o escoamento, para aumentar o fluxo e a velocidade do rio, aumentar o desassoreamento do canal, também poderiam ser algumas das alternativas, além do cuidado com as áreas de preservação permanente”, explica.
Moradores do Bairro Chaves, em Pouso Alegre, enfrentam alagamento que persiste há semanas
Reprodução/EPTV
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