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No domingo (9), o presidente dos Estados Unidos ameaçou taxar o aço e o alumínio que chegam aos EUA – e o Brasil é um grande exportador de ambos. Segundo os economistas, se a taxação de 25% for concretizada, poderá causar até mesmo demissões em empresas brasileiras. Imagem de arquivo – Fábrica de siderúrgica de aço.
Yves Herman/Arquivo/Reuters
Segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos em 2024, o Brasil pode ter impacto significativo com o aumento em 25% das tarifas sobre as importações de aço e alumínio, que devem ser anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
No Vale do Paraíba e região, empresas do ramo estão atentas para as possíveis mudanças. Em São José dos Campos, por exemplo, foram R$ 178 milhões em exportações de produtos à base de alumínio, ferro e aço em 2024, segundo o Comexstat.
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Já em Pindamonhangaba, a indústria exportou um total de R$ 5,3 bilhões em alumínio, ferro e aço, sendo que o terceiro país que a cidade mais vendeu em 2024 foi os Estados Unidos.
Segundo o professor de economia da Universidade de Taubaté, Edson Trajano, as tributações podem causar redução nas exportações brasileiras, deixando o produto brasileiro menos competitivo no mercado americano.
“Com essa tributação, nós podemos sofrer uma redução nas exportações brasileiras, ou seja, o produto brasileiro ficará menos competitivo dentro do mercado americano, frente às empresas americanas. De um modo geral, isso vai provocar um aumento nos preços da indústria americana ligado ao segmento de aço”, avaliou.
Segundo ele, contudo, a oferta de aço e alumínio no Brasil pode aumentar com essa tributação.
“Por outro lado, a maior oferta de aço e alumínio no mercado brasileiro pode contribuir para a redução dos preços no mercado doméstico. Mas, de um modo geral, essa medida é negativa para a indústria brasileira, porque, com a redução das exportações, cidades como Pindamonhangaba, que tem mais de 50% das exportações nesse segmento de aço e alumínio, deve sofrer bastante com essa redução da competitividade internacional, sobretudo nas exportações para os Estados Unidos”, acrescentou.
Na avaliação do economista José Joaquim, que também é professor da Unitau, o impacto para a região é inevitável.
“O impacto é inevitável porque é um produto que tem uma expressão no que tange à exportação. Inevitavelmente o volume de exportação irá reduzir. O país hoje é o segundo maior exportador e essa tarifa, esse imposto, encarece o produto para o mercado interno e, para nós, exportadores, diminui a competitividade com outros países”, explicou.
Já para o economista José Carlos Marajá, a taxação pode causar até mesmo demissões em empresas da região.
“O importador americano, tendo que pagar uma taxa maior, vai, logicamente, procurar adquirir produtos de locais mais baratos, que tenham taxação menor. Todo corte de receita traz algumas consequências para as empresas. Elas terão que se readequar à nova realidade, então, se vender menos e diminuir seu faturamento, vão ter que diminuir seus custos e isso poderá refletir no nível de emprego, com algumas demissões aqui”, pontuou.
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Taxação
Durante o primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre importação de aço e 10% sobre as de alumínio. À época, o Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras, afirmou que a taxação levaria ao desligamento de fornos e demissões.
Mais tarde, entretanto, Trump revogou as tarifas dos produtos brasileiros e dos de outros parceiros comerciais como Canadá, México, União Europeia e Reino Unido.
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Brasil tem ficado fora do tarifaço de Trump até aqui
Desde que assumiu o novo mandato, Donald Trump tem anunciado tarifas sobre produtos vendidos por outros países para os Estados Unidos.
Entre os alvos iniciais estão os vizinhos Canadá e México, os dois maiores clientes americanos, e a China. Além desses 3 países, que já foram alvo de taxações (nos casos de Canadá e México, suspensas por um mês), Trump prometeu mirar a União Europeia.
O Brasil, que responde por 1,3% das importações americanas, ficou de fora dessa primeira rodada de tarifaço – saiba mais sobre o tarifaço clicando aqui.
Imagem de arquivo – Produção de aço.
Getty Images via BBC
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