Amazonas registra queda de quase 83% no desmatamento nos primeiros 41 dias de 2025


Dados referem-se ao período de 1º de janeiro a 10 de fevereiro, em comparativo ao mesmo período do ano passado, aponta levantamento do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Focos de calor também registram diminuição. Imagem aérea de desmatamento na Amazônia registrada no município de Lábrea, interior do Amazonas.
Greenpeace/Divulgação
O Amazonas registrou uma queda de 82,91% no número de desmatamentos no estado entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados foram consolidados e divulgados pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Os dados são fruto do monitoramento realizado pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), que utiliza tecnologias de imagens de satélite para detectar alterações na cobertura florestal por meio de satélites.
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Segundo o órgão, durante os primeiros 41 dias de 2025, foram contabilizadas 475 ocorrências, resultando em 11,95 km² de área destruída. No mesmo intervalo do ano passado, o estado registrou 2.780 eventos, totalizando 52,98 quilômetros quadrados (km²) de vegetação derrubada.
Os dados apontam que os munícipios de Japurá, São Gabriel da Cachoeira e Novo Aripuanã lideram em número de alertas de desmatamento emitidos este ano.
🚨Japurá – 77 alertas
🚨São Gabriel da Cachoeira – 59 alertas
🚨Novo Aripuanã – 57 alertas
Já os municípios de Humaitá, Boca do Acre e Apuí, registraram os maiores impactos quanto a áreas desmatadas em 2025.
🌳Humaitá – 189,423 km²
🌳Boca do Acre – 137,960 km²
🌳Apuí – 132,375 km²
A coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, também destacou que a fiscalização deve ser contínua.
“Embora os índices mostrem uma queda significativa, o trabalho de monitoramento e fiscalização precisa ser constante. O aumento no número de alertas de desmatamento e focos de calor em algumas regiões exige que nossas equipes permaneçam atentas”, afirmou a coordenadora.
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Focos de calor também apresentam queda
Os focos de calor também apresentaram uma redução expressiva, segundo o monitoramento do CMAAP. Entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro de 2025, foram registrados 67 focos de calor no Amazonas, o que representa uma queda de 65,54% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram identificados 194 focos de calor.
Em relação aos focos de calor, entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro de 2025, os municípios com maior número de focos foram:
🔥São Gabriel da Cachoeira – 16 focos de calor
🔥Guajará – 8 focos de calor
🔥Barcelos – 6 focos de calor
No mesmo período de 2024, os dados mostraram uma diferença significativa, com Barcelos registrando 38 focos de calor, São Gabriel da Cachoeira com 27 focos e Apuí com 20 focos.
De acordo com a coordenadora do CMAAP, focos de calor não necessariamente indicam queimadas. Eles podem estar relacionados a áreas de vegetação seca ou queimadas controladas, mas também podem ser originados por outros fatores, como atividade humana ou fenômenos naturais.
“O monitoramento desses focos é essencial para a tomada de decisões rápidas, especialmente nos períodos críticos, como a seca, quando os riscos de incêndios aumentam”, disse.
Na foto, membro da brigada de incêndio do Ibama tenta controlar as chamas em um ponto de queimada em Apuí, no Amazonas.
Ueslei Marcelino/Reuters
Multas
O gerente de Fiscalização Ambiental do Ipaam, Rodrigo Tacioli, destaca que as infrações de desmatamento implicam em multas mínimas de R$ 5 mil por hectare ou fração. Esse valor pode ser dobrado em casos de desmatamento consumado com o uso de fogo ou provocação de incêndio.
Além da aplicação de autos de infração, é realizado o embargo administrativo das áreas desmatadas e das atividades nelas realizadas. Quando encontrados equipamentos ou apetrechos utilizados na prática ilegal do desmatamento, esses itens também são apreendidos.
Tacioli explica que a exploração ilegal de madeira e a derrubada de florestas nativas, registradas principalmente no início do ano, geralmente antecedem as queimadas, estando intimamente associadas a elas.
“Por isso o combate às queimadas precisa passar, necessariamente, pela fiscalização do desmatamento ilegal e, ainda antes, pela repressão à exploração ilegal de madeira”, afirma.
As queimadas também podem ser feitas em áreas agropastoris, visando à renovação de pastagens ou culturas agrícolas. Quando essa prática não é autorizada pelo órgão ambiental competente, a multa pode chegar a R$ 3 mil por hectare ou fração.
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