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Na Rua Laurentino Alves dos Santos, moradores contam que precisam acordar durante a madrugada para tentar encher baldes com a pouca água que chega. Semae disse que há um projeto para reforço na rede de distribuição da região. Moradores enfrentam falta d’água na Vila Natal em Mogi das Cruzes
Com contas de água custando quase R$ 300, moradores da Vila Natal, em Mogi das Cruzes, ficam dias desabastecidos. Na Rua Laurentino Alves dos Santos, eles contam que precisam acordar de madrugada para conseguir encher baldes com a pouca água que surge.
O problema não é uma novidade no local e já é registrado há anos. A dona de casa Daiane Guimarães de Souza conta uma das experiências constrangedoras que teve por conta da falta d’água. No final do ano passado, ela chamou a família para confraternizar na casa dela, mas a água acabou.
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“Foi péssimo, porque cheio de gente em casa, com visita e não tinha um pingo de água para lavar a louça, não tinha um pingo de água para dar descarga e isso era constrangedor, né? Porque aí vem visita de fora, que na casa deles tem água, vem para cá e aqui sem um pingo de água. Então, é muito constrangedor, né? Um dia de festa, um dia de se reunir com a família e não ter água”, lamentou.
Ela diz ainda que sente que os moradores foram abandonados pelo poder público e conta que quando liga no Serviço Municipal de Águas e Esgoto (Semae) muitas vezes não é nem atendida.
“Aí a gente só escuta o fundo de falação e eles não atendem a gente mais. Tipo, uma vez que você gera protocolo, já era, eles não atendem mais. É dessa forma que eles tratam a gente”, ressaltou.
A situação é exaustiva e os moradores ainda pagam por isso. A diarista Jeane mostra uma conta no valor de R$ 275,72. Tudo isso para um serviço que não ajuda e, na verdade, atrapalha a rotina na casa dela.
“A gente não dorme porque à noite a gente tem que ficar baldeando água, pega água aqui. Meu filho, ele trabalha de dedetização e limpa a caixa d’água. E o patrão dele gentilmente emprestou a bomba d’água. Aí a gente, na terça-feira, conseguiu encher a minha caixa d’água para a gente tomar um banho digno. Porque a gente nem banho está tomando, é só de caneca”, relatou.
Na casa dela, moram crianças em idade escola que, durante a noite, precisam ir para a casa do pai para conseguirem tomara banho depois das aulas.
Suzana Síria de Oliveira Costa é manicure e também mora na mesma rua. Como atente às clientes na casa dela, muitos dias não consegue trabalhar, já que precisa de água para o serviço. Ela também acorda durante a madrugada para tentar encher os baldes.
“A gente não tem água nem pra lavar roupa, nem pra lavar louça, fazer comida…”, reclamou. Mas, além do básico, ela também não consegue trabalhar. “Sem água não tem como, né [trabalhar]? Eu, geralmente, quando eu faço o pé delas eu gosto de pôr de molho. Se eu não acordo de madrugada para pegar água não tem como”, completou.
A comerciante Denise Pereira da Costa Campo também sofre com o problema. Ela disse que recebeu uma conta de R$ 270 e questiona como isso pode acontecer se a casa fica tantos dias sem água.
“Vem [água] até umas 8h, um pouquinho para você encher o balde para tentar transferir para a caixa para conseguir tomar um banho. Eu tenho o meu irmão especial de 35 anos, ele faz necessidade na calça, é uma luta pra dar um banho nele. Então, está horrível mesmo, a gente vai lá, você não tem respaldo nenhum. A conta você tem que pagar, mas você não tem respaldo nenhum. Veio um fiscal, mas só olhou para a minha cara e falou ‘a gente vai ver o que a gente faz’”, disse.
O que diz a Prefeitura
Por meio de nota, o Semae negou que os moradores estejam há 15 dias sem água. A autarquia disse que há uma instabilidade na pressão da água na região da rua Laurentino Alves dos Santos e que não se trata de uma situação de desabastecimento, mas da “força” com que a água chega aos imóveis.
O Semae afirmou ainda que tem um projeto pronto para reforço na rede de distribuição naquela região do bairro (o que deve resolver o problema), e que a licitação será lançada em breve para contratação da empresa que ficará responsável pela obra.
Será necessária a contratação de uma empresa devido às características do serviço, já que foi identificada a presença de rocha no solo, o que exige intervenções técnicas específicas.
Além disso, na manhã de quarta-feira (12), durante pesquisa feita pela equipe da autarquia, foi identificado um vazamento não visível na rua Almirante Barroso, também na Vila Natal, o que também pode ter provocado redução na pressão do sistema. O reparo foi concluído no mesmo dia, no período da tarde.
O Semae disse ainda que a divisão de distribuição segue monitorando a situação, incluindo caça-vazamentos.
Com desabastecimento, moradores precisam encher baldes de água
Reprodução/TV Diário
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