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Aviso foi enviado para celulares com sistema operacional Android, na madrugada desta sexta-feira (14). Moradores receberam alerta de terremoto durante a madrugada; litoral de SP já foi atingido por tsunami no passado
Redes Sociais e Imagem Ilustrativa/Freepik
Um alerta do Google para um suposto terremoto no mar no litoral de São Paulo foi enviado para celulares com sistema operacional Android na madrugada desta sexta-feira (14). No entanto, nenhum tremor foi sentido até o momento.
São Vicente, no litoral paulista, já enfrentou um tsunami, que teria destruído a Igreja Matriz, o Pelourinho e o primeiro trapiche alfandegário, em 1541. Os reflexos também já foram sentidos no Vale do Ribeira.
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Apesar do epicentro estar indicado no litoral, o aviso do suposto terremoto também chegou para moradores da capital paulista e do Rio de Janeiro. No entanto, não há informações confirmadas de que ocorreram tremores no litoral e na capital paulista.
Moradores do litoral de SP receberam alerta de terremoto
Redes Sociais
Em nota, a Defesa Civil do Estado informou que não emitiu nenhum alerta de terremoto na madrugada desta sexta-feira (14). Segundo o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) não foi registrado nenhum abalo sísmico no estado de SP.
Ainda de acordo com o órgão, não há nenhuma ocorrência registrada ou em atendimento pelas equipes das Defesas Civis municipais.
Tsunami no litoral de SP?
Conforme apurado pelo g1, a principal causa de tsunamis são abalos sísmicos, como terremotos no fundo marinho ou erupções vulcânicas. Por este motivo, é muito improvável que tenhamos tsunamis ocorrendo no Brasil.
Segundo o professor de Oceanografia Física do Instituto do Mar e atual coordenador do curso na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Wandrey de Bortoli Watanabe, é raro terremotos de alta intensidade no Atlântico Sul.
“Outra possível causa, são o choque de meteoritos ou deslizamentos de terra massivos em baías, também eventos raros”, explicou Watanabe.
O oceanógrafo explicou que um tsunami pode acontecer quando algum fenômeno muito intenso ocorre no mar, que é uma onda bem longa. Em mar aberto, pode atingir centenas de quilômetros na horizontal, indo de alguns minutos a duas horas (tempo que leva para subir e descer), e viaja com velocidades de até 800 km/h.
Moradores do litoral de SP receberam alerta de terremoto e orientações de como ter mais segurança depois de um tremor
Rodrigo Nardelli/TV Tribuna
Porém, costuma ter pequena amplitude, ou seja, é uma onda baixa, com algumas dezenas de centímetros, raramente chegando ou passando de 1 metro. Ainda assim, segundo Watanabe, por ser muito longa, tem uma grande quantidade de energia.
De acordo com ele, quando chega perto da costa, o período não muda, mas a velocidade diminui bastante, podendo chegar a 50 km/h.
“O comprimento reduz e a altura aumenta, podendo atingir vários metros, porém não fica com a aparência das ondas geradas pelo vento, como vimos nas praias. O movimento ondulatório do tsunami na costa é observado como um recuo do mar, seguido por uma intensa inundação”, explicou Watanabe.
Um tipo de grande onda que pode e já aconteceu recentemente no Brasil é o meteotsunami, causado por condições meteorológicas severas e é diferente do tsunami. “É uma onda similar, porém menos intensa que o tsunami de atividade sísmica. Ainda assim tem potencial destrutivo, por conta de alagamentos”.
Tsunami em São Vicente
De acordo com o jornalista e historiador Sérgio Willians, o acontecimento foi relatado por Frei Gaspar da Madre de Deus na obra Memórias para História da Capitania de São Vicente. Nele, é detalhado que os edifícios duraram pouco, pois o mar teria levado todas as construções.
Sérgio afirmou que o acontecimento não foi um efeito sísmico e sim, um evento climatológico. Esse fenômeno gerou uma ressaca muito forte, que se aliou a maré alta e provocou a invasão da vila.
Ele disse que, de acordo com os historiadores do passado, esse evento ‘afundou’ parte da Vila e contribuiu para o desassoreamento. Na época, não havia técnicas de construção, e por isso as casas eram construídas no nível de solo, o que acabou favorecendo a perda.
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